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aviao russo na venezuela

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Avião Russo na Venezuela: A Misteriosa Escala no Brasil Que Levanta Suspeitas

Brasília está no centro de uma nova polêmica geopolítica. A passagem de um gigantesco avião cargueiro russo Ilyushin IL-76 pela capital federal, antes de seguir para a Venezuela, acendeu um alerta no Congresso Nacional e levantou uma série de perguntas que, por enquanto, permanecem sem resposta. O que essa aeronave transportava? Por que uma empresa sob sanções internacionais operou em território brasileiro?

O caso, que envolve acusações de transporte de armas e até mercenários, coloca o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob pressão e adiciona mais um capítulo às complexas relações diplomáticas do Brasil com a Rússia e a Venezuela.

A Rota Sinuosa do Ilyushin IL-76

Operado pela Aviacon Zitotrans, uma empresa de transporte aéreo russa sancionada pelos Estados Unidos desde 2023, o avião cargueiro pousou em Brasília no dia 10 de agosto e permaneceu na Base Aérea por três dias. Sua jornada, no entanto, começou muito antes.

  • Origem: Moscou, Rússia.
  • Escalas: Baku (Azerbaijão), Argel (Argélia) e Conacri (Guiné).
  • Destino final: Caracas, Venezuela, com uma parada intermediária na Bolívia.

Segundo dados de plataformas de monitoramento aéreo como o Flightradar24, o sinal da aeronave desapareceu dos registros públicos após sua chegada à Venezuela, aumentando ainda mais o mistério sobre sua missão.

“Não Estava Levando Bolas de Aniversário”: A Denúncia no Congresso

A principal voz de questionamento veio do deputado General Girão (PL-RN), que cobrou explicações formais do governo. Em uma transmissão ao vivo, o parlamentar não poupou palavras e levantou hipóteses alarmantes sobre a carga do avião russo.

“Uma aeronave desse porte precisaria de autorização do Congresso para entrar no Brasil. E se o avião estiver levando armas para a Venezuela que um dia podem ser usadas contra o Brasil? Ele não estava levando bolas de assoprar para o aniversário do Maduro”, declarou o deputado.

As suspeitas de Girão vão além e incluem a possibilidade de transporte de mísseis estratégicos de longo alcance e até mesmo de mercenários. A escala em Conacri, capital da Guiné, é particularmente sensível, pois o aeroporto local é conhecido por ser um ponto de logística para o Africa Corps, o grupo mercenário russo que sucedeu o Grupo Wagner em operações na África, conforme reportado por agências internacionais.

Silêncio Oficial e Precedentes Preocupantes

A Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou a passagem do Ilyushin IL-76, mas, alegando sigilo, se recusou a fornecer detalhes sobre a tripulação ou a carga transportada. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por sua vez, informou que a autorização de operação da Aviacon Zitotrans no país expirou em abril de 2023 e não foi renovada, adicionando uma camada de irregularidade ao episódio.

Este incidente ecoa um evento de 2023, quando o governo Lula autorizou a atracação de dois navios de guerra iranianos no porto do Rio de Janeiro, uma decisão que gerou um significativo desgaste diplomático com os Estados Unidos. A repetição de episódios envolvendo nações sob sanção ocidental levanta questões sobre o alinhamento estratégico da política externa brasileira.

O pouso do avião russo na Venezuela também ocorreu apenas um dia após uma conversa telefônica entre os presidentes Lula e Vladimir Putin, um detalhe que alimenta ainda mais as especulações sobre a natureza da operação.

As Perguntas que Ficam

A passagem do cargueiro russo pelo Brasil deixa um rastro de dúvidas. O que realmente estava nos porões do Ilyushin IL-76? Houve conivência ou falha de fiscalização por parte das autoridades brasileiras? Qual o impacto deste episódio para a posição do Brasil no cenário internacional? Enquanto as respostas não chegam, o mistério sobre o voo de Moscou a Caracas continua a pairar sobre Brasília.

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