
Boneca Bebê Reborn Chega ao Congresso: Projetos de Lei Propõem Regras, Multa e Apoio Psicológico

A Febre da Boneca Bebê Reborn Desperta a Atenção do Congresso Nacional
O universo das bonecas bebê reborn, conhecidas por seu realismo impressionante e o intenso vínculo emocional que geram, deixou de ser apenas um fenômeno de redes sociais e um nicho de mercado lucrativo. Agora, essa realidade chega aos corredores da Câmara dos Deputados, com a apresentação de três projetos de lei que buscam criar políticas públicas e regulamentações para esse crescente universo.
A popularidade das bonecas hiper-realistas explodiu na internet, com donos compartilhando rotinas e experiências que, por vezes, simulam a criação de bebês reais. Esse cenário impulsionou um mercado onde artesãos chegam a faturar centenas de milhares de reais por mês, com bonecas que podem custar milhares, dependendo do nível de detalhe e funcionalidades.
Novos Projetos de Lei em Pauta: Regras, Multas e Apoio
Os três projetos protocolados na Câmara nesta quinta-feira (15) abordam diferentes aspectos do fenômeno bebê reborn, refletindo a complexidade das interações sociais e emocionais que ele envolve. Conheça as propostas:
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1. Restrição ao Atendimento Médico Simulado
Um dos pontos mais polêmicos que emergiu com a popularização das bonecas é a simulação de atendimentos médicos e processos de maternidade em estabelecimentos especializados. Reportagens já mostraram lojas oferecendo experiências como “parto”, “certidão de nascimento” e “carteira de vacinação” para as bonecas.
O projeto de lei apresentado pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) visa proibir explicitamente a realização de simulações de atendimentos médicos a objetos inanimados em instituições de saúde, sejam elas públicas ou privadas. A proposta prevê sanções administrativas para funcionários e multas significativas para as instituições que permitirem tais práticas. A justificativa é clara: evitar o desvio de recursos e atenção que deveriam ser dedicados a pacientes reais.
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2. Apoio Psicossocial para Pessoas com Vínculo Intenso
O apego profundo desenvolvido por algumas pessoas com suas bonecas bebê reborn levantou questionamentos sobre a saúde mental e o suporte necessário para esses “cuidadores”.
Um segundo projeto, de autoria da deputada Rosângela Moro (União-SP), propõe a criação de critérios para o acolhimento psicossocial, a ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de indivíduos que demonstram vínculo afetivo intenso com bonecas reborn ou outros objetos de representação humana. A deputada ressalta que o objetivo não é julgar ou criminalizar, mas sim identificar possíveis sinais de sofrimento emocional e oferecer o suporte adequado dentro do sistema público de saúde.
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3. Multa Contra o Uso Indevido para Obter Vantagens
A hiper-realidade das bonecas levou a situações onde, segundo relatos, elas são usadas para tentar obter benefícios indevidos, como preferência em filas (hospitais, guichês), descontos ou assentos preferenciais.
O terceiro projeto, apresentado pelo deputado Zacharias Calil (União-GO), busca coibir essa prática. Ele cria uma multa substancial, variando entre R$ 7.590 e R$ 30.360, para quem tentar usar os bonecos para obter qualquer tipo de vantagem indevida em serviços públicos ou privados. A multa se aplica mesmo que a tentativa não seja bem-sucedida, visando desencorajar a conduta que “afronta a boa-fé e sobrecarrega serviços públicos”.
A chegada do tema boneca bebê reborn ao Congresso Nacional sinaliza que o fenômeno, antes restrito às bolhas sociais e de mercado, agora demanda um olhar legislativo sobre seus impactos e desdobramentos na sociedade brasileira.
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