
COP30 em Belém: Presidente Alerta para “Efeito Dominó” do Clima e Clama por União Global

COP30 em Belém: Presidente Alerta para “Efeito Dominó” do Clima e Clama por União Global
Às vésperas da crucial Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro em Belém (PA), o presidente do evento, André Corrêa do Lago, lançou um alerta contundente: o mundo enfrenta uma “perigosa tendência” de “efeito dominó” nas mudanças climáticas. A mensagem, divulgada em carta, reforça a necessidade urgente da união entre os países para proteger o futuro do planeta.
Este apelo ao multilateralismo surge em um cenário global complexo, marcado por desafios geopolíticos e socioeconômicos. André Corrêa do Lago enfatiza que somente a cooperação entre as nações pode reverter essa trajetória perigosa. “Unidos, podemos reverter a perigosa tendência rumo a colapsos sistêmicos sucessivos, em efeito dominó,” afirma na carta, destacando a importância de transformar reações em cadeia destrutivas em “ações em cadeia” para soluções de baixo carbono e resilientes.
A Urgência do Acordo de Paris e a Conexão com a Vida Real
A COP30 é considerada o maior encontro global para debater e buscar soluções para a crise climática. O evento em Belém deve reunir representantes de mais de 190 países, especialistas, ONGs e a sociedade civil para avaliar o progresso e definir os próximos passos.
Para o presidente da COP30, é fundamental “conectar” as discussões climáticas com a vida cotidiana das pessoas. Isso passa pela aceleração da implementação do Acordo de Paris. Assinado em 2015, este tratado visa limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2°C, buscando esforços para não ultrapassar 1,5°C até o fim do século. O Acordo também prevê o financiamento climático dos países ricos para nações em desenvolvimento protegerem suas florestas.
Desafios Críticos Rumo à COP30 em Belém
Apesar da importância e da preparação para a COP30 em Belém, o caminho até novembro apresenta obstáculos significativos nas negociações e na organização. Representantes do governo brasileiro apontam para:
- Metas Climáticas Nacionais (NDCs): Apenas cerca de 10% dos países apresentaram suas novas metas para 2035, essenciais para o Acordo de Paris. O prazo, inicialmente fevereiro, foi estendido para setembro, evidenciando a lentidão global.
- Financiamento Climático: A estimativa é de US$ 1,3 trilhão necessário até 2035 para ações de combate e adaptação. Na COP29, o compromisso foi de apenas US$ 300 bilhões, valor considerado insuficiente. O Brasil, através do negociador do Brics, Maurício Lyrio, busca uma posição conjunta do grupo para fortalecer a proposta de financiamento na COP30.
- Combustíveis Fósseis: Discutir e implementar medidas para superar a dependência dos combustíveis fósseis é considerado “inadiável” pela Ministra Marina Silva, um ponto de atrito em negociações globais.
Além dos temas da pauta, Belém enfrenta desafios logísticos na organização, como infraestrutura e rede hoteleira, que estão sendo endereçados para garantir o sucesso do evento.
Brasil: Liderança e Expectativas
O Presidente Lula tem reiterado em fóruns internacionais que o planeta está cansado de promessas não cumpridas e que a COP30 deve ser um marco na implementação efetiva dos acordos climáticos. A posição brasileira busca pressionar por ações concretas e maior ambição global.
Com a contagem regressiva em andamento, a COP30 em Belém se configura como um encontro decisivo. A carta do presidente André Corrêa do Lago serve como um lembrete sombrio da urgência do “efeito dominó” climático, mas também como um chamado vibrante à ação conjunta. O sucesso da conferência dependerá da capacidade global de transformar alertas em compromissos concretos e, finalmente, em ações que protejam nosso futuro comum frente às mudanças climáticas.
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