
Desvendando o Boato: É #FAKE que o Brasil Forneceu Urânio Enriquecido ao Irã?

Boato Viral Desmentido: Brasil Não Forneceu Urânio ao Irã
Nas últimas horas, um boato ganhou força nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter), sugerindo que o Brasil teria fornecido **uranio enriquecido** ao Irã. A alegação viralizou rapidamente, acumulando milhões de visualizações em meio às tensões do conflito no Oriente Médio.
Mas atenção: A informação é completamente **#FAKE**.
A Origem do Boato e a Repercussão
O rumor parece ter surgido em postagens que se aproveitaram do contexto de recentes confrontos entre Israel e Irã. Uma dessas publicações, que chegou a ultrapassar 4,8 milhões de visualizações, dizia: "Rapaz, se for verdade esse boato que o Brasil forneceu urânio para o Irã… a m* será merecidamente gigantesca".
Este tipo de desinformação se propaga rapidamente em momentos de crise, explorando a falta de informações concretas ou a busca por explicações simplistas para eventos complexos.
Fontes Oficiais Confirmam: A Alegação É Falsa
Para esclarecer os fatos, veículos de checagem buscaram informações junto às autoridades brasileiras e órgãos de controle nuclear:
- Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom): Em nota oficial, a Secom foi categórica: "Brasil não vende urânio para uso bélico". O texto desmente diretamente os boatos, afirmando que a **Indústrias Nucleares do Brasil (INB)**, a única empresa autorizada a operar com urânio no país, "não tem qualquer negócio com o Irã ou jamais teve".
- INB: Questionada especificamente sobre vendas para fins pacíficos, a INB, através da Secom, reiterou: "Nunca houve qualquer venda de urânio para o Irã". A empresa confirmou apenas uma venda anterior para a Argentina, estritamente para geração de energia elétrica e dentro de todos os marcos legais e compromissos internacionais.
- Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC): Este órgão binacional, responsável por controlar as atividades nucleares de Brasil e Argentina para garantir fins exclusivamente pacíficos, também desmentiu a alegação. A ABACC informou que não há nenhum registro em seu banco de dados de contabilidade nuclear sobre qualquer exportação de urânio do Brasil para o Irã desde 1992, ano em que o órgão iniciou suas operações. (Saiba mais sobre a ABACC)
- Ministério de Minas e Energia (MME): A pasta reforçou que a Constituição Federal Brasileira estabelece o monopólio da União sobre a pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios nucleares. A exportação depende de autorização prévia e o Brasil é signatário de diversos tratados e acordos que impedem o fornecimento de material para fins não pacíficos. O MME confirmou que "não houve qualquer venda de urânio para o Irã" e que a produção nacional de **uranio enriquecido no brasil** é destinada integralmente para atender às necessidades das usinas Angra 1 e 2. (Visite o site do MME)
O Programa Nuclear Brasileiro e o Controle Rigoroso
É importante destacar que o **programa nuclear brasileiro** é voltado para fins pacíficos, sob rigoroso controle nacional e internacional. A extração e o processamento de urânio no Brasil são atividades exclusivas da INB, supervisionadas por órgãos como a **Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)** e sujeitas às salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e da ABACC.
A capacidade brasileira de enriquecimento de urânio, desenvolvida de forma autônoma, destina-se à produção de combustível nuclear para as usinas de Angra dos Reis, garantindo a autossuficiência energética neste segmento.
Conclusão: Não Caia em Boatos
Diante das evidências apresentadas por múltiplos órgãos oficiais, fica claro que a alegação sobre o Brasil fornecer **uranio enriquecido** ao Irã é completamente falsa. Este caso reforça a necessidade de sempre verificar a veracidade das informações, especialmente aquelas que viralizam rapidamente em redes sociais e tratam de temas sensíveis e complexos como relações internacionais e tecnologia nuclear.
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