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Eleições na Bolívia: Crise, Tensão e uma Possível Guinada à Direita Marcam a Votação

Eleições na Bolívia: Crise, Tensão e uma Possível Guinada à Direita Marcam a Votação

temp_image_1755450808.668924 Eleições na Bolívia: Crise, Tensão e uma Possível Guinada à Direita Marcam a Votação

Eleições na Bolívia: Um País em Ponto de Inflexão

A Bolívia vive um domingo decisivo. Milhões de eleitores vão às urnas para as eleições na Bolívia, um pleito que acontece sob a sombra de uma profunda crise econômica e uma crescente tensão política. Após duas décadas de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), o país sul-americano parece prestes a realizar uma drástica guinada à direita, um movimento impulsionado pela insatisfação popular com a escassez, a inflação e a gestão do atual governo.

Um Clima de Tensão no Dia da Votação

A véspera da eleição foi marcada por um incidente que elevou a preocupação das autoridades. No sábado, uma explosão foi registrada perto de uma seção eleitoral na comunidade de Kutimarca, em Cochabamba, enquanto o material de votação era transportado. Felizmente, o comandante departamental da Polícia, Edson Claure, confirmou que não houve feridos.

Apesar do susto, Roberto Ríos, ministro de governo, assegurou que as garantias de segurança foram verificadas. Segundo a Agência Boliviana de Informação, a votação começou normalmente em todo o país, com forte presença militar para monitorar o processo e garantir a tranquilidade dos eleitores.

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Eleitores comparecem às urnas em um dia crucial para o futuro político e econômico da Bolívia.

A Direita como Favorita em Meio à Crise

O cenário econômico é o principal motor da mudança projetada pelas pesquisas. Com 11,3 milhões de habitantes e ricas reservas de lítio, a Bolívia enfrenta uma severa escassez de dólares, combustíveis e até alimentos. A inflação acumulada nos últimos 12 meses beira os 25%, a maior taxa desde 2008, corroendo o poder de compra da população, que atribui a crise diretamente ao governo do presidente Luis Arce.

Neste contexto, os candidatos da oposição ganham força. As principais projeções apontam para um segundo turno disputado por dois nomes fortes da direita:

  • Samuel Doria Medina (66 anos): Empresário milionário, concorre pela aliança Unidade Nacional.
  • Jorge Quiroga (65 anos): Ex-presidente, representa a aliança Aliança Livre.

Ambos prometem um rompimento com o modelo econômico estatal implementado pelo MAS e uma maior abertura ao mercado, propostas que encontram eco em um eleitorado cansado e em busca de soluções rápidas para a crise. Segundo as regras do Tribunal Supremo Electoral da Bolívia, se nenhum candidato atingir a maioria necessária, um segundo turno será realizado em 19 de outubro.

O Fim de uma Era para o Movimento ao Socialismo?

A possível derrota do MAS representaria o fim de um ciclo político que transformou a Bolívia. Liderado pela figura histórica de Evo Morales, o partido esteve no poder por 20 anos, implementando políticas de nacionalização de recursos e programas sociais que, inicialmente, tiraram milhões da pobreza. Contudo, o desgaste do modelo, acusações de má gestão e a atual crise econômica parecem ter esgotado o capital político do movimento.

As eleições na Bolívia deste domingo são, portanto, mais do que uma simples escolha de presidente. Elas são um referendo sobre o futuro econômico do país e o legado de um dos movimentos de esquerda mais influentes da América Latina no século XXI.

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