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Escândalo na Udelar: Acusações de Antissemitismo Agitam Faculdade e Demandam Resposta da Decana

Escândalo na Udelar: Acusações de Antissemitismo Agitam Faculdade e Demandam Resposta da Decana

temp_image_1757511905.449321 Escândalo na Udelar: Acusações de Antissemitismo Agitam Faculdade e Demandam Resposta da Decana

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Escândalo na Udelar: Acusações de Antissemitismo Agitam Faculdade e Demandam Resposta da Decana

A Universidade da República (Udelar), uma das mais prestigiadas instituições de ensino superior do Uruguai, encontra-se no centro de uma intensa polêmica. Acusações de antissemitismo proferidas por uma docente durante uma aula na Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), desencadearam uma onda de repúdio e um clamor por uma resposta institucional. O caso, que ganhou as redes sociais e a atenção parlamentar, agora coloca em xeque os princípios de pluralismo e respeito no ambiente acadêmico, gerando grande expectativa sobre a posição da decana da FIC e da reitoria da Udelar.

O Estopim da Polêmica: Declarações em Sala de Aula

Tudo começou com a denúncia do estudante Rodrigo Varscher, que em um vídeo viralizado nas redes sociais, detalhou afirmações “desafortunadas e hostis” feitas pela professora María Noel Sosa durante uma aula sobre a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt – que aborda pensadores como Theodor Adorno, Max Horkheimer e Walter Benjamin, muitos deles judeus que fugiram do nazismo.

Segundo Varscher, a docente teria aproveitado a discussão sobre o “ascenso de autoritarismos” para afirmar que “se está cometendo um genocídio na Palestina”, e, de forma ainda mais grave, teria pontuado que Adorno, Horkheimer e Benjamin teriam suas pesquisas financiadas por “comerciantes judeus com certo nível econômico”.

A denúncia atingiu seu ápice quando o estudante relatou que a professora teria destacado a semelhança fisionômica entre Adorno e Horkheimer, “reparando na forma de seus narizes” como um ponto de diferenciação. Varscher questionou a insinuação: “Acaso não era essa uma das formas que os nazistas caracterizavam os judeus?” Este tipo de comentário é amplamente reconhecido como um estereótipo antissemita clássico e extremamente perigoso. Para mais informações sobre estereótipos e discursos de ódio, veja fontes acadêmicas sobre o tema (link para um artigo sobre antissemitismo ou discurso de ódio).

A Reação: Professores e Parlamentares Exigem Ação

O vídeo de Varscher, intitulado “Antissemitismo na Universidade da República (Uruguai)”, não tardou a provocar uma reação em cadeia. Centenas de docentes universitários autoconvocados subscreveram uma declaração pública, manifestando “profunda preocupação” com a situação. Na carta, os professores questionaram a reprodução de “preconceitos históricos sobre judaísmo e poder econômico” e a apelação a “estereótipos raciais próprios da propaganda antissemita do nazismo”.

A declaração também enfatizou que a qualificação de “genocídio” em Gaza, “compromete a laicidade ao apresentar juízos políticos sem respaldo em falhos internacionais definitivos”, um ponto crucial sobre a neutralidade e o rigor acadêmico. A comunidade acadêmica exige que a Udelar “aja com responsabilidade institucional”, uma clara interpelação à gestão da decana da FIC e da reitoria da universidade.

Paralelamente, o deputado colorado Felipe Schipani apresentou um pedido de informações ao Ministério da Educação e Cultura (MEC), questionando se a FIC e a Udelar tomaram conhecimento da denúncia, se uma investigação administrativa foi iniciada, e se existem protocolos para prevenir e sancionar condutas discriminatórias, incluindo o antissemitismo e outros discursos de ódio. A busca por transparência e ação imediata reforça a pressão sobre a liderança universitária, incluindo a decana.

Liberdade Acadêmica Versus Limites do Discurso de Ódio

O caso na Udelar levanta questões fundamentais sobre os limites da liberdade acadêmica e a responsabilidade das instituições de ensino superior em combater o discurso de ódio. A missiva dos docentes autoconvocados alerta que “estas expressões não se dão como fatos isolados, mas se generalizaram no ambiente universitário, vulneram princípios essenciais de pluralismo, laicidade e respeito”.

É vital que as universidades sejam espaços de debate crítico e diversidade de ideias, mas nunca um palco para a propagação de preconceitos e estereótipos que desumanizam grupos ou ferem a dignidade de seus membros. O desafio para a decana da FIC e para a reitoria da Udelar é equilibrar esses princípios, garantindo um ambiente seguro e inclusivo para todos os estudantes e docentes.

A Udelar, como instituição de referência, tem a obrigação de dar uma resposta clara e contundente, mostrando que o antissemitismo e qualquer forma de discriminação não têm lugar em seus campi. A comunidade aguarda medidas que restaurem a confiança e reforcem os valores de respeito e integração mútua que devem pautar a vida universitária. Visite o site oficial da Udelar para informações institucionais (link para Udelar.edu.uy).

Este artigo busca apresentar os fatos e as repercussões de um caso em andamento, respeitando as diversas perspectivas envolvidas.

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