
Escândalo no Arpoador: Sexo em Público e Acusação de Propina Policial

Escândalo no Arpoador: Sexo em Público e Acusação de Propina Policial
A Pedra do Arpoador, um dos cartões-postais mais famosos do Rio de Janeiro, tornou-se palco de um incidente que gerou grande repercussão nas redes sociais e levanta sérias questões sobre segurança pública e conduta policial. Um vídeo viral registrou o momento em que um grupo de homens, flagrado praticando sexo em público no local, teria sido abordado por policiais militares e, segundo relatos, coagido a pagar propina para evitar a prisão.
O Vídeo que Chocou a Web
As imagens que circulam na internet mostram um policial militar, uniformizado e portando lanterna e arma, aproximando-se de um grupo de, aparentemente, sete homens escondidos entre as pedras do Arpoador. Alguns dos indivíduos estão completamente nus ou seminus. O vídeo captura momentos tensos, incluindo um dos participantes mexendo em uma carteira e outro exibindo a tela de um celular, supostamente mostrando um comprovante de pagamento via Pix ao agente.
A pessoa que filma o ocorrido narra com indignação, sugerindo que a abordagem tinha como único objetivo a extorsão: "É para isso que eles descem… Ó, mostrando o comprovante do Pix, contando dinheiro para pagar… Eles só botam medo para ganhar dinheiro."
Segundo apuração inicial (baseada no conteúdo original), o episódio teria acontecido em um domingo à noite do início de maio, período em que o Rio de Janeiro recebia muitos turistas.
A Versão da Vítima e a Resposta da Polícia
Um jovem de 26 anos, turista na cidade, que participava do encontro, relatou ter se sentido "humilhado" com a abordagem. Ele confirmou ter pago uma quantia em dinheiro (R$ 50) diretamente aos policiais para não ser levado à delegacia. "A gente estava lá se divertindo quando ele [o agente] chegou e mandou todo mundo se reunir. Depois ele pediu dinheiro para a gente não ser preso. Eu preferi dar o que eu tinha na hora porque ser levado para a delegacia seria pior", declarou a vítima, que preferiu não se identificar.
Questionada sobre o ocorrido, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que analisará as imagens para identificar os agentes envolvidos e apurar a denúncia de cobrança de propina. A corporação destacou, no entanto, que não houve "qualquer comunicação formal ou representação nesse sentido" sobre o episódio.
Não é um Caso Isolado: A Prática e a Lei
Fontes familiarizadas com a prática de encontros íntimos em espaços públicos no Rio de Janeiro afirmam que a cobrança de propina por agentes de segurança que flagram essas cenas é uma ocorrência comum há anos. Além do Arpoador, outros locais como o Aterro do Flamengo, o Parque Garota de Ipanema e a Floresta da Tijuca são conhecidos por serem pontos de "pegação".
Relatos apontam para diferentes formas de extorsão, desde pagamentos em dinheiro no local até acompanhamento dos abordados a caixas eletrônicos para saques. Um entrevistado mencionou ter sido liberado após dar "o que tinha na hora" e receber uma advertência. Outro caso citado envolveu um casal levado em viatura para sacar dinheiro.
É importante ressaltar que a prática de atos libidinosos em locais públicos constitui crime, previsto no Artigo 233 do Código Penal Brasileiro, com pena de detenção de três meses a um ano ou multa.
Por outro lado, a conduta atribuída aos policiais, caso confirmada, se enquadra no crime de Corrupção Passiva (Artigo 317 do Código Penal), punível com reclusão de dois a 12 anos, além de multa. A lei proíbe que funcionários públicos solicitem, recebam ou aceitem promessa de vantagem indevida em razão da função.
O incidente no Arpoador reacende o debate sobre a fiscalização em áreas públicas, a legalidade dos encontros casuais ao ar livre (incluindo a prática conhecida como dogging, que não se restringe a um único público) e, principalmente, a necessidade de transparência e rigor na apuração de denúncias de corrupção envolvendo agentes do Estado.
Enquanto a Polícia Militar investiga o caso, a repercussão do vídeo serve como um alerta para a complexa dinâmica social e legal que envolve a vida noturna e os espaços públicos de uma metrópole como o Rio de Janeiro.
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