Escândalo no Enem: Cearense Antecipa Questões e Desencadeia Investigação da PF!

Imagine descobrir as respostas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com impressionantes oito meses de antecedência! Essa é a história de Edcley Teixeira, um estudante de medicina cearense de Sobral, que se tornou o centro de um dos maiores escândalos educacionais recentes no Brasil. O caso, que eclodiu em novembro de 2025, revelou como o jovem não apenas antecipou gabaritos, mas também criou um engenhoso esquema para lucrar com informações privilegiadas, abalando a confiança na integridade do exame.

O Gênio (ou Trapaceiro?) Por Trás do Esquema de Fraude no Enem

Edcley Teixeira, que à época já havia se destacado por vazar questões em uma live do YouTube dias antes do Enem 2025 – levando o Inep a anular três delas –, tinha um trunfo ainda maior na manga. Em março de 2025, ou seja, oito meses antes da aplicação oficial do exame, ele enviou mensagens a um grupo de alunos indicando as respostas para duas complexas questões de matemática. A surpresa veio em novembro, quando o Enem oficial trouxe questões idênticas, com os mesmos números e cenários, comprovando a incrível (e alarmante) precisão de suas ‘previsões’.

As Questões Que Chocaram o País

As questões antecipadas por Edcley, o estudante cearense, envolviam:

• Um problema de probabilidade com lançamento de dados cúbicos, cuja resposta exata era “125/216”.
• Uma questão sobre a concentração de água e cloro em uma solução, onde a resposta correta era “5” (relacionado à adição de mililitros/litros de água).

O mais surpreendente é que, apesar da evidência robusta apresentada pelo g1, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) manteve ambas as questões como válidas em seu gabarito oficial. Apenas as três perguntas expostas na live foram canceladas, gerando questionamentos sobre a segurança e integridade do processo seletivo e o papel do cearense no centro da controvérsia.

Como o Cearense Teve Acesso a Tanto? O Esquema Pré-Teste da CAPES

A astúcia de Edcley Teixeira, o jovem de Sobral, revelou uma falha sistêmica que ele soube explorar. Ele percebeu que o Prêmio Capes de Talento Universitário (Capes), voltado para calouros de graduação, utilizava questões que, na verdade, funcionavam como pré-testes para futuras edições do Enem. Identificando essa brecha, o estudante de medicina montou um engenhoso (e ilegal) esquema:

1. Incentivava universitários a participar do concurso da Capes.
2. Oferecia pagamentos mínimos (R$ 10) por cada questão que conseguissem memorizar.
3. Com esses relatos, construía um “banco de itens” – um acervo de perguntas que depois vendia em suas mentorias para outros estudantes.

As mensagens no grupo de WhatsApp onde Edcley, o cearense, divulgava as respostas, e suas efusivas comemorações após a prova oficial, quando resgatava os próprios alertas de março, servem como provas incontestáveis do esquema. Ele chegou a afirmar: “Se alguém errou, é porque não fez”, em referência às questões antecipadas, revelando a audácia de sua estratégia.

A Resposta do Inep e a Ação da Polícia Federal

Diante da repercussão do caso, que envolveu um estudante cearense e o principal exame do país, o Inep se viu sob forte pressão. Apesar de anular as questões da live, as duas perguntas de matemática reveladas com oito meses de antecedência foram mantidas. Manuel Palacios, presidente do Inep, declarou em entrevista que “não há qualquer risco técnico” de fraude na prova e que nenhum candidato foi prejudicado. Essa postura gerou críticas e debates acalorados sobre a imparcialidade do processo.

No entanto, a Polícia Federal não partilha da mesma complacência. As investigações estão em curso e já resultaram na apreensão do computador e do celular de Edcley Teixeira. Embora o ministro da Educação, Camilo Santana, tenha reiterado que o gabarito “está fechado” e o resultado final sairia em janeiro de 2026, a PF busca entender a real extensão da falha de segurança e se outros envolvidos na fraude do Enem serão identificados.

O Que Diz o Estudante Cearense?

Em entrevista ao Fantástico, Edcley Teixeira negou qualquer conhecimento prévio de que as questões entrariam no exame oficial. Ele classificou as similaridades como “coincidências pontuais”. Uma explicação que, para muitos, soa insuficiente diante da precisão e do volume de acertos que o estudante de Sobral acumulou, especialmente com o esquema de pré-testes da Capes tão bem documentado.

O episódio levanta sérias questões sobre a segurança do processo de elaboração do Enem e a necessidade urgente de revisão dos mecanismos de pré-teste. Enquanto as investigações da Polícia Federal avançam, o caso de Edcley Teixeira, o cearense que desvendou o Enem, permanece como um alerta contundente sobre os desafios de garantir a equidade e a integridade em um dos exames mais importantes e concorridos do Brasil.