
Faculdade Santa Marcelina: 12 Alunos de Medicina Expulsos Após Escândalo com Bandeira Ofensiva

Faculdade Santa Marcelina Expulsa 12 Alunos de Medicina Após Escândalo com Bandeira de Cunho Ofensivo
A Faculdade Santa Marcelina (FASM) anunciou uma medida drástica em resposta a um grave incidente ocorrido durante um evento esportivo universitário em março de 2025. Doze alunos do curso de Medicina da Santa Marcelina foram expulsos da instituição após serem flagrados junto a um “bandeirão” exibindo uma frase com forte conotação violenta e que remete ao crime de estupro.
A decisão, comunicada pela FASM, sublinha o compromisso da instituição com seus princípios éticos e morais, além da dignidade social e acadêmica. O caso gerou grande repercussão e levantou discussões sobre a cultura em ambientes universitários.
Detalhes da Punição na Faculdade Santa Marcelina
Segundo nota oficial da Faculdade Santa Marcelina, as punições foram definidas após a conclusão de sindicâncias internas iniciadas em 21 de março, decorrentes dos fatos ocorridos no dia 15 do mesmo mês, envolvendo integrantes da Associação Atlética Acadêmica (AAA) durante um torneio esportivo:
- 12 estudantes foram desligados da Instituição (expulsão).
- 11 estudantes receberam outras sanções regimentais, incluindo suspensões e medidas disciplinares diversas.
- A Associação Atlética Acadêmica foi interditada por tempo indeterminado.
A FASM reafirmou sua postura proativa e colaborativa com as autoridades competentes durante todo o processo.
A Origem da Polêmica: Frase e o “Hino” Banido
A frase estampada no bandeirão, “entra porra, escorre sangue”, possui um significado explicitamente violento e sexista, aludindo a atos de violência sexual. A polêmica se aprofunda ao revelar que a expressão faz parte de um antigo “hino” da atlética de medicina da própria Faculdade Santa Marcelina, que já havia sido banido em 2017 devido ao seu conteúdo ofensivo e machista.
O resgate e a exibição pública dessa frase durante o evento esportivo, especialmente considerando que o hino contém outras referências sexuais, violentas e até mesmo ofensas a membros do corpo docente, reacenderam o debate sobre a persistência de comportamentos inadequados em ambientes acadêmicos, mesmo após punições anteriores.
A Denúncia e a Repercussão do Caso FASM
O caso veio à tona após uma denúncia formal feita pelo Coletivo Francisca, um grupo feminista composto por alunas e ex-alunas de medicina da FASM. O coletivo apontou que o ato poderia configurar apologia ao estupro e cobrou medidas firmes da universidade.
A rápida e firme resposta da Faculdade Santa Marcelina, culminando na expulsão dos alunos, reflete a gravidade percebida da infração e a pressão por ações concretas contra a misoginia e a violência simbólica no campus.
Ex-alunas relataram ao g1 a sua exaustão com a “cultura do estupro” presente em muitas faculdades de medicina, manifestada através de hinos degradantes, ritos de passagem e trotes abusivos. A atuação de coletivos como o Francisca é vista como fundamental para combater esses comportamentos enraizados.
Investigação Policial e Contexto Legal
Além das sindicâncias internas da FASM, a Polícia Civil também instaurou um inquérito para apurar o caso. Estudantes que aparecem em fotos com a faixa foram identificados, e depoimentos começaram a ser coletados. A faculdade informou ter comunicado os fatos ao Ministério Público.
O caso também toca em pontos legais importantes. A Lei Estadual nº 18.013/2024 (Lei Ant-Trote SP) proíbe atividades de recepção de novos estudantes que envolvam coação, agressão, humilhação ou discriminação. Adicionalmente, a exibição da faixa pode ser analisada sob a ótica do Código Penal Brasileiro, especificamente no Artigo 287 (Apologia de fato criminoso ou autor de crime) e no Artigo 213 (Estupro), dado o conteúdo da frase.
Precedentes e o Combate à Cultura do Estupro
Incidentes envolvendo hinos ou manifestações de atléticas com conteúdo sexualmente ofensivo não são isolados. Em 2023, um caso semelhante na Universidade Santo Amaro (Unisa) resultou na expulsão de cinco alunos por simulação de masturbação e menções a atos sexuais em cânticos. Esses episódios reiteram a necessidade constante de vigilância e ação educativa por parte das instituições de ensino superior para erradicar a “cultura do estupro” e outros comportamentos misóginos.
A postura firme da Faculdade Santa Marcelina ao expulsar os alunos e punir outros envolvidos envia um sinal claro sobre a intolerância a este tipo de conduta, buscando preservar um ambiente acadêmico seguro e respeitoso para todos.
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