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França Constrói Prisão de Segurança Máxima na Amazônia da Guiana Francesa

França Constrói Prisão de Segurança Máxima na Amazônia da Guiana Francesa

temp_image_1747698188.610919 França Constrói Prisão de Segurança Máxima na Amazônia da Guiana Francesa

França Anuncia Megaprisão de Segurança Máxima na Guiana Francesa, no Coração da Amazônia

Em um movimento audacioso para combater o crime organizado e o tráfico internacional de drogas, o governo francês confirmou neste sábado, 17, a construção de uma nova penitenciária de segurança máxima. A localização escolhida é tão estratégica quanto simbólica: uma área isolada da vasta floresta amazônica, dentro do território ultramarino da Guiana Francesa.

Prevista para ser concluída até 2028, a nova unidade terá capacidade para abrigar 500 detentos e será especificamente destinada a alguns dos criminosos mais perigosos: traficantes de drogas de alto escalão e extremistas islâmicos.

Uma Fortaleza Contra o Crime Organizado

O anúncio foi feito pelo Ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, durante sua visita à Guiana Francesa. Segundo ele, o objetivo primordial desta nova fortaleza carcerária é desmantelar as redes criminosas em todas as suas camadas, atacando diretamente sua capacidade de comando e comunicação.

“Decidi estabelecer a terceira prisão de segurança máxima da França na Guiana. Um regime prisional extremamente rigoroso e um objetivo: colocar os traficantes de drogas mais perigosos fora de perigo”, declarou Darmanin ao Le Journal du Dimanche (JDD).

O projeto representa um investimento significativo, estimado em € 400 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões). A prisão será erguida em Saint-Laurent-du-Maroni, uma cidade situada próxima à fronteira com o Suriname. Esta região é considerada um ponto crucial na rota do tráfico internacional de entorpecentes, com conexões notórias inclusive com o Brasil.

Isolamento Estratégico e Regime de Alta Restrição

A escolha da localização isolada no coração da Amazônia não é acidental. O Ministério da Justiça francês aposta que o distanciamento geográfico cortará permanentemente o contato dos detidos com suas organizações criminosas externas.

“Os traficantes não poderão mais ter contato com suas redes criminosas”, assegurou Darmanin.

O novo presídio operará sob um regime carcerário de altíssima restrição, projetado para incapacitar os criminosos mais perigosos. O complexo incluirá:

  • Uma ala específica de alta segurança para os detentos considerados de maior risco.
  • 15 vagas reservadas para indivíduos condenados por terrorismo ou radicalismo islâmico.
  • Vigilância ininterrupta (24 horas por dia).
  • Limitação estrita de passeios e visitas.
  • Uso intensivo de tecnologia, como bloqueadores de sinal de celular e drones de vigilância.

Resposta à Crise e à Superlotação

O anúncio da construção desta megaprisão surge em um momento delicado para o sistema penitenciário francês, que enfrenta uma escalada de violência perpetrada por gangues criminosas. Ataques contra prisões e seus funcionários têm sido registrados com frequência crescente.

Além disso, a nova unidade na Guiana Francesa também visa aliviar a severa superlotação na prisão de Rémire-Montjoly, localizada perto de Cayenne, a capital do departamento. Atualmente, esta unidade opera com cerca de 1.100 detentos, apesar de possuir capacidade para apenas 600, resultando em uma densidade alarmante de 134,7%, conforme dados de 2024 do Ministério da Justiça.

A nova prisão não é um projeto isolado, mas parte de um plano mais amplo para a futura cidade judicial da região, que também contemplará a construção de um tribunal.

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