Greve de Ônibus Anunciada em Goiânia: Transporte em Risco no Dia 27 de Junho

A população de Goiânia e Região Metropolitana se vê diante da ameaça de paralisação no transporte coletivo. O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindcoletivo) anunciou a deflagração de uma greve para a próxima sexta-feira, 27 de junho. A decisão surge após negociações frustradas entre a classe trabalhadora, a Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo (CMTC) e a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC).

A medida foi aprovada em assembleia do sindicato realizada neste último domingo, 22 de junho, refletindo a insatisfação da categoria com as propostas apresentadas.

Entenda a Disputa: Demandas vs. Proposta

O cerne da disputa gira em torno das reivindicações salariais e de benefícios. O Sindcoletivo busca um reajuste de 20% no salário dos trabalhadores, além de uma correção de 25% no vale-alimentação.

Em contrapartida, as empresas de transporte, representadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público de Goiânia e região Metropolitana (SET), informaram ter oferecido um reajuste de apenas 5,7%. “Não podemos aceitar que a gente receba um reajuste menor que o salário mínimo”, declarou um representante do sindicato durante o anúncio da greve, evidenciando a grande disparidade entre as partes.

A situação teria se agravado com a ausência de representantes das empresas em uma reunião de mediação mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), um ponto destacado pelo Sindcoletivo como prejudicial ao processo negociador.

Impacto na Romaria do Pai Eterno

A data escolhida para a greve, 27 de junho, coincide com o início oficial da Romaria do Pai Eterno em Trindade. Este período é marcado por um aumento significativo no fluxo de fiéis e turistas religiosos na Região Metropolitana de Goiânia, muitos dos quais dependem diretamente do transporte coletivo para se deslocar.

Uma paralisação justamente neste momento crítico poderia causar sérios transtornos e dificultar a participação de milhares de pessoas na tradicional festa religiosa, impactando não apenas a mobilidade, mas também a economia local ligada ao evento.

O Que Dizem as Partes Envolvidas?

O Subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte, Miguel Ângelo, expressou sua preocupação com a situação:

“Estamos acompanhando as negociações, mas ainda não recebemos a comunicação oficial do sindicato quanto à deflagração da greve. Lamentamos a possibilidade de haver paralisação, mas acreditamos que as partes possam buscar um acordo antes do dia 27.”

A Metrobus Transporte Coletivo S/A, responsável pelo Eixo Anhanguera, também se manifestou por meio de nota, afirmando que acompanha as tratativas entre o SindColetivo e o SET e reforçando seu compromisso com a qualidade do serviço, na expectativa de uma resolução positiva para evitar impactos aos usuários do sistema de transporte coletivo.

O Sindicato das Empresas de Transporte Público de Goiânia e região Metropolitana (SET) confirmou que tomou conhecimento do indicativo de greve pela imprensa e reafirmou o interesse em continuar negociando. O SET argumenta que paralisações prejudicam diretamente o usuário e não vê esta como a melhor solução. A entidade destacou que, nos últimos dois anos, concedeu ganhos reais à categoria e que, mesmo em um ano desafiador com altos investimentos na melhoria da frota e infraestrutura, propôs um reajuste com ganho real, acima da inflação.

Uma nova reunião de mediação está prevista para ocorrer esta semana no TRT, onde o SET espera que todos os pontos sejam considerados na busca por um acordo que impeça a paralisação.

A população de Goiânia e Região Metropolitana aguarda ansiosamente por uma resolução que garanta a normalidade do transporte coletivo, especialmente com a proximidade da Romaria do Pai Eterno.