
Greve dos Professores no DF: Categoria Decide Por Paralisação Por Tempo Indeterminado

Greve dos Professores no DF: Categoria Decide Por Paralisação Por Tempo Indeterminado
Uma notícia que impacta diretamente a educação na capital federal: os professores e orientadores educacionais da rede pública do Distrito Federal decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) realizada nesta terça-feira, 27 de maio, após longos e, segundo a categoria, frustrados processos de negociação com o Governo do Distrito Federal (GDF).
A paralisação das atividades tem início marcado para a próxima segunda-feira, 2 de junho. O movimento grevista surge como resposta direta à falta de avanço nas discussões sobre reajuste salarial e reestruturação da carreira dos professores no DF.
Entenda o Impasse: Reajuste, Carreira e a Meta 17
As principais reivindicações da categoria giram em torno de dois pontos cruciais:
- Reajuste Salarial de 19,8%: Segundo o Sinpro-DF, esse percentual representa a correção das perdas inflacionárias acumuladas durante a gestão atual do GDF. Luciana Custódio, diretora do Sinpro-DF, lamentou em entrevista que, apesar de promessas anteriores de valorização, o governo não tenha reparado nem mesmo as perdas inflacionárias.
- Reestruturação da Carreira: Este ponto busca a valorização dos profissionais ativos e aposentados, alinhado à Meta 17 do Plano Distrital de Educação (PDE). Esta meta, sancionada em 2015 com prazo de quatro anos para cumprimento, prevê a equiparação dos salários dos educadores à média da remuneração de outras carreiras de servidores públicos do DF com nível superior.
Além da equiparação salarial via Meta 17, a reestruturação da carreira inclui pontos como:
- Redução do número de níveis de progressão na carreira (de 25 para 15);
- Aumento dos percentuais de valorização por titulação (especialização, mestrado, doutorado);
- Mais vagas para afastamento destinado a estudos.
O Sinpro-DF afirma ter apresentado à Secretaria de Educação do DF (SEEDF) estudos que demonstram a viabilidade orçamentária e jurídica para atender às reivindicações. No entanto, o governo teria alegado falta de condições financeiras para formalizar uma proposta.
Críticas ao Governo e Próximos Passos
Representantes do sindicato e parlamentares têm criticado duramente a postura do GDF. Cleber Soares, diretor do Sinpro-DF, declarou que o governo “desrespeita a educação” e que a falta de proposta não deixou “alternativa senão avançar em relação à radicalização do processo”.
Deputados distritais também se manifestaram. Gabriel Magno (PT-DF), presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Legislativa, classificou a situação como “descaso” do GDF. Chico Vigilante (PT-DF) reforçou que a greve dos professores DF “não é culpa da categoria, é culpa da inabilidade do Governo do Distrito Federal”.
Procurada pela reportagem original para comentar o anúncio da greve, a Secretaria de Educação não havia se manifestado até o fechamento da matéria. O espaço para a manifestação do governo segue aberto.
Enquanto a greve se aproxima, a categoria aprovou um calendário de mobilizações para o mês de junho. Uma nova assembleia já está marcada para o dia 5 de junho, onde o comando de greve será eleito nos próximos dias. A paralisação dos professores no DF promete mobilizar a rede pública de ensino e manter a pressão sobre o governo por um acordo.
Compartilhar: