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Guerra Israel-Irã se intensifica: Especialista explica risco nuclear para o Brasil

Guerra Israel-Irã se intensifica: Especialista explica risco nuclear para o Brasil

temp_image_1750193934.004117 Guerra Israel-Irã se intensifica: Especialista explica risco nuclear para o Brasil

Guerra Israel Irã: Escalada de Tensão e o Risco Nuclear para o Brasil

O conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar de intensidade nos últimos dias. A troca de ataques diretos elevou a preocupação global com a estabilidade no Oriente Médio e reacendeu o temor de uma escalada ainda maior, inclusive com a sombra do risco nuclear.

Entenda a Recente Escalada

A mais recente onda de agressões começou após um ataque israelense intensivo. Na noite de quinta-feira, 13, forças de Israel bombardearam instalações, incluindo a usina nuclear de Natanz, ao sul de Teerã. Este movimento provocou uma resposta firme do Irã.

Em retaliação, na noite de segunda-feira, 16, o Irã lançou uma série de mísseis e drones contra diversas regiões de Israel, acionando sirenes em áreas como Tel-Aviv, Haifa e Bersebá. Estes ataques vieram poucos dias depois de mísseis israelenses terem atingido até mesmo a sede da TV estatal iraniana IRIB em Teerã.

A escalada tem gerado um número alarmante de vítimas. Ataques israelenses anteriores resultaram em dezenas de mortos e centenas de feridos no Irã. Em resposta, mísseis iranianos também causaram mortes em Israel. A retórica tem sido igualmente dura, com figuras como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chegando a mencionar a possibilidade de eliminar a liderança iraniana.

O Brasil está em Risco em Caso de Guerra Nuclear?

Em meio a esse cenário volátil, a especulação sobre um possível conflito nuclear entre Irã e Israel inevitavelmente surge. Mas, se o pior acontecesse, o Brasil seria atingido?

A resposta, segundo especialistas, é tranquilizadora no que diz respeito ao impacto territorial direto.

O professor Claudio Geraldo Schön, titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do curso de Engenharia Nuclear, explicou em entrevista que, caso ocorresse uma explosão nuclear em Israel ou no Irã, o ecossistema brasileiro não seria impactado territorialmente. A razão reside na dinâmica atmosférica: existe uma região de alta pressão na linha do Equador que tende a manter os fluxos de ar e os efeitos de eventos nucleares confinados aos seus respectivos hemisférios.

“Uma explosão nuclear acontecendo no hemisfério norte não vai provocar efeito no hemisfério sul”, esclarece Schön, lembrando que diversos testes atômicos já foram realizados no hemisfério norte sem causar problemas no Brasil. Para que o território brasileiro fosse afetado, a explosão teria que ocorrer muito perto, como no oeste africano, regiões onde o risco de artefatos nucleares é extremamente baixo.

Contudo, o professor faz uma ponderação crucial: uma guerra nuclear entre países como Israel e Irã (ou envolvendo potências ainda maiores) traria consequências globais catastróficas, mesmo que não houvesse impacto direto no território brasileiro. “Aí não sobra ninguém”, metaforiza, referindo-se ao cenário devastador que afetaria a humanidade como um todo.

Perspectivas

Enquanto a comunidade internacional busca a desescalada, a tensão entre Israel e Irã permanece elevada, com a possibilidade de novos confrontos a qualquer momento. O foco agora é evitar que a situação saia do controle e que o temor de um confronto em larga escala no Oriente Médio se torne uma realidade.

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