Impacto da Operação ‘Spider’s Web’: Ucrânia Ataca Bombardeiros Estratégicos Russos Como o Tu-95 Com Drones

A Audácia da Ucrânia: Ataques Coordenados de Drones Contra a Força Aérea Russa, Incluindo o Temido Tu-95

É difícil subestimar a audácia e a engenhosidade demonstradas pela Ucrânia em sua recente onda de ataques aéreos coordenados contra bases militares em território russo. Embora as alegações ucranianas sobre o valor exato dos danos (estimados em US$ 7 bilhões) sejam difíceis de verificar de forma independente, fica claro que a operação, apelidada de “Teia de Aranha” (Operation Spider’s Web), constitui, no mínimo, um espetacular golpe de propaganda e um feito militar notável.

Analistas e oficiais ucranianos já comparam o sucesso desta operação a outros marcos importantes desde o início da invasão em grande escala pela Rússia em 2022, como o afundamento do navio-almirante da Frota do Mar Negro, o Moskva, e o bombardeio da Ponte de Kerch, ambos em 2022, além de um ataque com mísseis ao porto de Sevastopol no ano seguinte.

Por Dentro da ‘Operação Teia de Aranha’

Detalhes vazados para a mídia pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) sugerem que esta é a operação mais elaborada e ambiciosa já realizada pelo país. Relatos indicam que a preparação durou 18 meses. Dezenas de pequenos drones foram contrabandeados para a Rússia, escondidos em compartimentos especiais a bordo de caminhões de carga. Eles foram transportados para pelo menos quatro locais distintos, separados por milhares de quilômetros, e lançados remotamente em direção a bases aéreas próximas.

“Nenhuma operação de inteligência no mundo fez algo assim antes”, comentou o analista de defesa Serhii Kuzan à televisão ucraniana. Ele destacou a importância estratégica dos alvos:

• Bombardeiros Estratégicos: Aeronaves capazes de lançar ataques de longo alcance.
• Número de Alvos: Em uma frota total de cerca de 120 bombardeiros estratégicos, 40 foram alvo dos ataques, um número considerado “incrível” por Kuzan.

O Impacto nas Aeronaves Russas, Incluindo o Icônico Tu-95

A avaliação exata dos danos permanece um desafio. No entanto, o blogueiro militar ucraniano Oleksandr Kovalenko aponta que, mesmo que os bombardeiros e aeronaves de comando e controle não tenham sido completamente destruídos, o impacto é enorme. Ele ressalta que o complexo militar-industrial russo, em seu estado atual, dificilmente será capaz de restaurar essas aeronaves em um futuro próximo.

Os bombardeiros estratégicos porta-mísseis visados, como o Tu-95 (Bear), Tu-22M (Backfire) e o supersônico Tu-160 (Blackjack), não estão mais em produção. Reparar o Tu-95 e outros modelos é difícil, e substituí-los é impossível. A perda do Tu-160, em particular, seria sentida intensamente, já que Kovalenko os descreve como “dois unicórnios no rebanho” das Forças Aeroespaciais Russas.

Além dos Danos Físicos: Uma Mensagem Poderosa

Para além do dano material, cuja extensão total ainda é debatida, a Operação Teia de Aranha envia uma mensagem crítica não apenas para a Rússia, mas também para os aliados ocidentais da Ucrânia. Há uma percepção crescente, mencionada por um oficial do governo ucraniano à BBC, de que alguns aliados, especialmente nos Estados Unidos, agem com base na premissa de que a Ucrânia já perdeu a guerra.

Jornalistas e analistas ucranianos utilizam o sucesso da operação para contrapor essa narrativa. Illia Ponomarenko, jornalista de defesa, postou no X, com uma referência à conversa de Volodymyr Zelensky com Donald Trump: “Isso é o que acontece quando uma nação orgulhosa sob ataque não ouve todos aqueles que dizem: ‘A Ucrânia só tem seis meses restantes’. ‘Vocês não têm cartas’. ‘Apenas se rendam pela paz, a Rússia não pode perder’.”

O periódico trimestral Business Ukraine foi ainda mais direto, declarando orgulhosamente: “Acontece que a Ucrânia tem algumas cartas, afinal. Hoje, Zelensky jogou o Rei dos Drones.”

Esta é a mensagem que os delegados ucranianos levam consigo, seja para mesas de negociação ou em seus esforços diplomáticos: a Ucrânia continua na luta, capaz de realizar ataques complexos e de alto impacto, mesmo contra alvos estratégicos como os bombardeiros Tu-95. É um lembrete contundente de que descartar as perspectivas de Kyiv tão facilmente seria um erro estratégico. Acompanhe as últimas notícias sobre a Guerra na Ucrânia.