Juca Kfouri no Epicentro da Polêmica: Domitila Becker Reage a Comentário Machista no UOL Fim de Papo

Juca Kfouri no Epicentro da Polêmica: Domitila Becker Reage a Comentário Machista no UOL Fim de Papo
Uma atmosfera de tensão tomou conta do programa “Fim de Papo”, da UOL, nesta quinta-feira (13), quando a apresentadora Domitila Becker confrontou o renomado jornalista Juca Kfouri. O motivo foi um comentário feito por Kfouri, rapidamente classificado como machista, sobre a cobertura jornalística envolvendo a influenciadora Virginia e o jogador Vini Jr., do Real Madrid. O episódio reacendeu uma crucial discussão sobre a presença e o respeito às mulheres no jornalismo esportivo.
A Origem da Controvérsia: Virginia, Vini Jr. e o Foco da Mídia
O estopim para a polêmica surgiu durante um segmento que abordava a intensa atenção midiática em torno de Virginia, parceira de Vini Jr. O jornalista Danilo Lavieri havia compartilhado sua própria vivência cobrindo Bruna Marquezine nos tempos em que namorava Neymar Jr., sugerindo que Virginia poderia enfrentar um cenário semelhante na próxima Copa do Mundo. Foi neste contexto que Juca Kfouri proferiu a frase que desencadearia a forte reação de Domitila Becker.
A ‘Piada’ de Juca Kfouri que Causou Indignação
Com um tom que ele próprio chamou de “perder o amigo mas não perder a piada”, Juca Kfouri declarou:
“Essa pauta, Danilo, é ou para a Domi (Domitila Becker), ou para a Milly (Lacombe), ou para a Luiza, entendeu? Isso é uma pauta para mulher repórter, não para um homem repórter. Elas falam muito melhor do que você. Pronto, agora pode bater, pode bater (risos).”
Embora as palavras tenham sido ditas em tom jocoso, a implicação de que certos temas são “para mulher repórter” rapidamente gerou desconforto. Críticos apontam que tal fala pode reforçar estereótipos de gênero e limitar o campo de atuação de profissionais, especialmente em um ambiente como o jornalismo esportivo, que ainda luta por maior igualdade.
A Resposta Contundente de Domitila Becker ao Vivo
Demonstrando grande coragem e profissionalismo, Domitila Becker optou por abordar o assunto no encerramento do programa. Com admiração, mas com uma firmeza inabalável, ela se dirigiu diretamente a Juca Kfouri:
“Juca, te admiro muito, mas eu acho que não posso deixar passar essa, cara. Achei muito ruim sua piada. É por causa de piadas machistas como essa que a gente vê tanto feminicídio, tanto preconceito e tanto machismo. Ao contrário de alguns colegas nossos, eu não vou reclamar de você para a chefia porque eu jamais faria isso, e como você fez a piada ao vivo aqui eu me sinto no direito de terminar este programa falando que me senti incomodada com esta piada. Não é a primeira vez que isso acontece, Juca. Então, se você puder, eu gostaria muito… Eu sei que você é um aliado da nossa luta diária das mulheres no futebol, no jornalismo esportivo, então gostaria de continuar contando com você do nosso lado.”
A intervenção de Domitila destacou a gravidade de comentários machistas, conectando-os a questões sociais amplas e sérias como o feminicídio. Ela enfatizou a importância de combater o machismo em todas as suas manifestações, inclusive aquelas que se disfarçam de humor, e reforçou a necessidade de apoio mútuo na luta das mulheres no esporte e no jornalismo.
O Debate sobre Machismo no Jornalismo Esportivo
O confronto entre Juca Kfouri e Domitila Becker transcende o incidente isolado, servindo como um poderoso lembrete dos desafios persistentes que as mulheres enfrentam em diversas profissões, especialmente no jornalismo esportivo. Apesar dos avanços significativos na inclusão feminina, comentários que subestimam ou delimitam a competência de profissionais com base no gênero ainda são uma realidade.
Este episódio não é apenas sobre uma “piada”, mas sobre como a linguagem pode reforçar preconceitos e minar o reconhecimento e a autoridade de jornalistas mulheres. A atitude de Domitila em se posicionar ao vivo demonstra a urgência em promover um ambiente de trabalho mais inclusivo e respeitoso para todos, independentemente do gênero.
Espera-se que discussões como essa no “Fim de Papo” da UOL impulsionem uma reflexão mais aprofundada na mídia e na sociedade sobre a responsabilidade das palavras e o papel de cada indivíduo na construção de um espaço equitativo e livre de preconceitos.
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