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Júri Popular do Caso Lara: Acusado Enfrenta Julgamento em Campo Limpo Paulista

Júri Popular do Caso Lara: Acusado Enfrenta Julgamento em Campo Limpo Paulista

temp_image_1747084282.662438 Júri Popular do Caso Lara: Acusado Enfrenta Julgamento em Campo Limpo Paulista

Júri Popular do Caso Lara: Acusado Enfrenta Julgamento em Campo Limpo Paulista

Em um momento crucial para a busca por justiça, o júri popular de Wellington Galindo de Queiroz, de 42 anos, acusado pela morte da adolescente Lara Maria Oliveira Nascimento, de apenas 12 anos, teve início nesta segunda-feira (12) no fórum de Campo Limpo Paulista (SP).

O caso Lara, que chocou o país pela brutalidade e pela juventude da vítima, chega agora a uma fase decisiva, quase dois anos após a prisão do principal suspeito.

Detalhes do Início do Julgamento

A sessão, que estava prevista para começar às 9h30, teve um leve atraso e foi iniciada por volta das 10h15. A expectativa era de que 11 testemunhas fossem ouvidas, além do interrogatório do próprio acusado. No entanto, oito depoimentos foram colhidos: três de acusação e cinco de defesa.

O corpo de jurados foi formado por sete cidadãos sorteados pelo juiz, composto por cinco mulheres e dois homens. A maioria dos jurados trabalha como professor, com um assistente administrativo completando o grupo.

A Força da Investigação e Testemunhos Chave

Um dos primeiros a depor foi o delegado Rafael Diorio Costa, que liderou a investigação do caso Lara na época, quando era titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Jundiaí. Ele relatou como as imagens de câmeras de segurança foram fundamentais para identificar o veículo e, posteriormente, chegar a Wellington Galindo de Queiroz pela placa do carro, visto circulando próximo ao local onde Lara foi vista pela última vez.

O delegado confirmou que Wellington foi contatado e intimado a depor, mas não compareceu, tornando-se foragido. Um ponto marcante do depoimento do delegado foi a menção a uma testemunha que teria visto o momento em que Wellington abordou a adolescente e a colocou no carro à força – um detalhe crucial para a acusação.

A Dor e a Força da Mãe de Lara

Em um depoimento carregado de emoção, Luana Oliveira Nascimento, mãe de Lara, falou perante o júri. Emocionada, ela expressou seu sentimento de culpa por ter permitido que a filha fosse sozinha à mercearia, mas também destacou o desejo de independência de Lara. Luana também abordou o linchamento virtual que sofreu, sendo injustamente responsabilizada pela tragédia.

Familiares e amigos de Lara estiveram presentes no fórum, muitos exibindo cartazes pedindo por justiça. Entre o público, estava Carlos Alberto Sousa, pai de Vitória de Sousa, outra vítima de violência em Cajamar (SP), reforçando a união das famílias que buscam respostas e justiça.

A Defesa do Acusado e Sua Captura

Durante seu interrogatório, Wellington Galindo de Queiroz reiterou sua inocência. Ele alegou que estava trabalhando com entregas no dia do crime e afirmou dormir tranquilo por saber que é inocente.

Wellington estava foragido desde março de 2022 e foi capturado pela Polícia Federal em março de 2024, em Foz do Iguaçu, no Paraná, próximo à fronteira com o Paraguai. Ele foi abordado usando nome falso, mas acabou confessando sua fuga de São Paulo com a intenção de ir para o Paraguai, embora tenha fixado residência em Foz, realizando pequenos trabalhos manuais. Contra ele, havia mandados de prisão por homicídio e estupro de vulnerável no caso Lara, além de porte ilegal de arma de fogo em Pernambuco.

Relembre o Caso Lara: A Tragédia e a Investigação

Lara Maria Oliveira Nascimento desapareceu em 16 de março de 2022, ao sair de casa para comprar um refrigerante a cerca de 600 metros de distância. Seu corpo foi encontrado com marcas de violência três dias depois, em 19 de março.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi traumatismo craniano, resultado de ao menos quatro golpes na cabeça, sugerindo o uso de um objeto contundente como martelo ou picareta. Sinais de crueldade foram notados. O laudo também confirmou a presença de cal no corpo da vítima.

É importante destacar que laudos posteriores descartaram abuso sexual e uso de entorpecentes na morte da adolescente, concentrando a investigação na agressão física como causa do óbito.

A Polícia Civil de Jundiaí concluiu o inquérito em agosto de 2022, apontando Wellington como o principal suspeito. A teoria investigativa sugeriu que Lara teria negado qualquer contato com o homem, que a teria agredido para silenciá-la e evitar denúncias.

Wellington Galindo de Queiroz possui histórico criminal, com passagens por tráfico de drogas, crime contra o patrimônio, associação criminosa e receptação. Sua prisão foi um passo significativo após meses de busca.

O júri popular continua, buscando dar um desfecho legal a esta triste história e oferecer um senso de justiça aos familiares e à comunidade impactada pelo caso Lara.

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