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Kongjian Yu: A Trágica Perda do Arquiteto Chinês Visionário por Trás das ‘Cidades-Esponja’ no Pantanal

Kongjian Yu: A Trágica Perda do Arquiteto Chinês Visionário por Trás das ‘Cidades-Esponja’ no Pantanal

temp_image_1759104430.94741 Kongjian Yu: A Trágica Perda do Arquiteto Chinês Visionário por Trás das 'Cidades-Esponja' no Pantanal

Kongjian Yu: A Trágica Perda do Arquiteto Chinês Visionário por Trás das ‘Cidades-Esponja’ no Pantanal

O mundo da arquitetura e do design ambiental lamenta a súbita e trágica perda de Kongjian Yu, o renomado arquiteto chinês e paisagista, figura central no desenvolvimento do revolucionário conceito das “cidades-esponja”. Yu, de 62 anos, foi uma das vítimas de um acidente aéreo devastador ocorrido no Pantanal de Mato Grosso do Sul, Brasil, em uma fatalidade que chocou a comunidade internacional e deixou um vazio imenso no campo da sustentabilidade.

O Legado de um Visionário: As ‘Cidades-Esponja’

Kongjian Yu não era apenas um arquiteto; ele era um pensador, um inovador que dedicou sua vida a criar soluções harmônicas entre o homem e a natureza. Seu trabalho mais influente, o conceito das “cidades-esponja”, propõe uma abordagem radical para o planejamento urbano, onde as cidades são projetadas para absorver, filtrar e reutilizar a água da chuva, combatendo enchentes e secas de forma natural. Este modelo tem sido implementado com sucesso em diversas metrópoles, transformando paisagens urbanas em ecossistemas resilientes e belos.

Com sua empresa, a Turenscape, Kongjian Yu redefiniu a paisagem contemporânea, defendendo que a “infraestrutura cinza” (tubulações, represas) fosse substituída ou complementada por “infraestrutura verde” (parques, zonas úmidas). Sua visão de um futuro mais sustentável era uma inspiração global, e sua presença no Brasil para um documentário sobre o tema ressaltava seu compromisso com a disseminação de suas ideias.

A Tragédia no Coração do Pantanal

A aeronave Cessna 175, que transportava Kongjian Yu, dois cineastas brasileiros e o piloto, caiu em uma fazenda na zona rural de Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, no último dia 23 de setembro. Além do arquiteto chinês Kongjian Yu, faleceram no acidente o piloto Marcelo Pereira de Barros, de 59 anos, e os cineastas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, de 42, e Rubens Crispim Júnior, de 51. Os quatro estavam a bordo para a gravação de um documentário sobre as próprias “cidades-esponja”, um projeto que agora se vê tragicamente interrompido.

O impacto do acidente foi devastador, com a aeronave explodindo ao atingir o solo e os corpos ficando carbonizados. A operação de resgate foi complexa devido ao acesso difícil e às condições do terreno pantaneiro.

Investigação e Identificação das Vítimas

A perícia tem trabalhado intensamente na identificação das vítimas. O corpo do piloto Marcelo Pereira de Barros e do cineasta Rubens Crispim Júnior já foram liberados. No entanto, a identificação completa do arquiteto chinês Kongjian Yu e do cineasta Luiz Fernando Ferraz ainda está em andamento. Devido a tradições culturais da China, exames necroscópicos e de DNA no corpo de Yu exigiram autorização formal da Embaixada da China no Brasil, um processo que foi prontamente concedido para agilizar os procedimentos.

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul segue investigando as causas do acidente. Há suspeitas de irregularidades no voo, incluindo a operação da aeronave fora do horário permitido (após as 17h39, enquanto a queda ocorreu depois das 18h) e o transporte remunerado de passageiros sem a devida autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O avião, um modelo de 1958, estava autorizado a voar apenas sob regras visuais e durante o dia, o que levanta sérios questionamentos sobre as condições em que a tragédia se desenrolou.

Um Legado que Permanece

A partida de Kongjian Yu é uma perda inestimável para o movimento de design sustentável global. Sua visão pioneira e seu compromisso com a criação de cidades mais resilientes e em harmonia com a natureza deixam um legado que continuará a inspirar gerações de arquitetos, urbanistas e ativistas ambientais. Enquanto as investigações prosseguem, o mundo se lembra não apenas da tragédia, mas também do impacto profundo e positivo que este grande arquiteto chinês deixou em nosso planeta.

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