
Líder da Al-Qaeda no Iêmen Ameaça Trump e Elon Musk em Mensagem sobre Gaza

Líder da Al-Qaeda no Iêmen Ameaça Trump e Elon Musk em Mensagem sobre Gaza
Em um desenvolvimento alarmante, o líder da Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), Saad bin Atef al-Awlaki, direcionou ameaças diretas ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao bilionário Elon Musk. As ameaças foram feitas em uma mensagem em vídeo de aproximadamente 30 minutos, marcando a primeira aparição de al-Awlaki desde que assumiu a liderança do grupo no ano passado.
A mensagem, que circulou online no último sábado através de apoiadores da AQAP, associa as ameaças ao contexto da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que causou devastação significativa na região. Al-Awlaki declarou que “não há linhas vermelhas após o que aconteceu e está acontecendo com nosso povo em Gaza”, defendendo a “reciprocidade” como legítima.
As Ameaças Direcionadas e o Contexto do Iêmen
Além de Trump e Musk, o vídeo exibiu imagens de outras figuras políticas americanas, como o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário de Defesa Pete Hegseth. Símbolos das empresas de Musk, incluindo a fabricante de carros elétricos Tesla, também foram mostrados. A mensagem incluiu ainda apelos a militantes isolados para assassinarem líderes no Egito, Jordânia e nos estados árabes do Golfo, países com os quais os EUA mantêm relações, criticando suas posturas em relação ao conflito em Gaza.
Esta manifestação da AQAP ocorre em um momento em que o Iêmen continua sendo um foco de instabilidade. Embora a AQAP seja considerada enfraquecida nos últimos anos devido a conflitos internos e suspeitas de ataques de drones dos EUA, ela ainda é tida como o ramo mais perigoso da Al-Qaeda em operação após a morte de Osama bin Laden em 2011.
AQAP: História e Relevância Atual
Saad bin Atef al-Awlaki, que substituiu Khalid al-Batarfi (cuja morte foi anunciada em 2024), já possui uma recompensa de US$ 6 milhões oferecida pelos EUA por informações que levem à sua captura, sob a alegação de que ele “pediu publicamente ataques contra os Estados Unidos e seus aliados”.
A AQAP, um grupo extremista sunita, opera em um cenário complexo no Iêmen, onde também atuam os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã. Os Houthis, de orientação xiita zaidita, têm ganhado proeminência internacional ao lançarem ataques com mísseis contra Israel e visarem navios comerciais no Mar Vermelho, além de navios de guerra americanos – ações que a Marinha dos EUA descreveu como o combate mais intenso que enfrentou desde a Segunda Guerra Mundial.
O Jogo de Influência no Iêmen
A AQAP parece estar buscando capitalizar a atenção global voltada para o conflito em Gaza e para as ações dos Houthis no Iêmen. Enquanto os Houthis elevam seu perfil como líderes da “resistência árabe e muçulmana” contra Israel, al-Awlaki busca desafiar essa narrativa, apresentando a si mesmo e à AQAP como igualmente preocupados com a situação em Gaza.
Analistas indicam que este vídeo serve como um lembrete claro: o Iêmen, apesar de estar muitas vezes fora dos holofotes da segurança internacional, continua a ser um palco crucial onde diferentes grupos buscam afirmar sua relevância e influência, utilizando conflitos regionais maiores para seus próprios objetivos.
Especialistas estimam que a AQAP ainda possua entre 3.000 e 4.000 combatentes ativos e membros passivos. O grupo financia suas operações através de assaltos a bancos e casas de câmbio, contrabando de armas, falsificação de moeda e operações de resgate, conforme relatórios da ONU.
Apesar das negações anteriores dos Houthis sobre colaboração com a AQAP (devido às diferenças sectárias), a frequência de ataques da AQAP contra os Houthis diminuiu nos últimos anos, enquanto o grupo continua a atacar as forças da coalizão liderada pela Arábia Saudita que batalham contra os Houthis. Este complexo panorama demonstra como as dinâmicas locais no Iêmen se entrelaçam com as tensões globais e regionais, mantendo o país no centro das preocupações de segurança.
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