
Linha Chilena: A Ameaça Invisível que Mata. Entenda os Perigos e Como se Proteger

Uma simples brincadeira de soltar pipa se transformou em tragédia e luto. A morte de um motociclista na Via Light, no Rio de Janeiro, degolado por uma linha chilena, joga luz sobre um perigo silencioso e mortal que assombra ruas e avenidas por todo o Brasil. Mas o que torna essa linha tão perigosa e o que podemos fazer para nos proteger?
A Tragédia na Via Light: Um Alerta Urgente
Jorge Luiz da Silva Marciano, um pintor de 38 anos, teve sua vida interrompida de forma brutal. Enquanto pilotava sua moto, foi atingido no pescoço pela chamada linha chilena. Ele não estava em alta velocidade nem cometendo imprudências; foi vítima de uma armadilha invisível estendida no seu caminho. Ele morreu no local, deixando esposa e amigos em choque. Outro motociclista que o acompanhava também foi atingido, mas sobreviveu com ferimentos.
Este caso não é isolado. Anualmente, dezenas de acidentes, muitos deles fatais, são causados por linhas com cerol ou, pior ainda, pela linha chilena, que possui um poder de corte muito superior.
O Que é a Linha Chilena e Por Que Ela é Tão Perigosa?
Muitas vezes confundida com o cerol (mistura de cola e vidro moído), a linha chilena é um produto industrializado ainda mais letal. Sua composição é projetada especificamente para cortar outras linhas no ar, mas seu efeito no solo é devastador.
- Composição: É feita com uma mistura de pó de quartzo, óxido de alumínio e outros componentes químicos colados diretamente na linha.
- Poder de Corte: É até quatro vezes mais cortante que o cerol tradicional. Ela pode cortar pele, músculos e até mesmo estruturas mais resistentes com extrema facilidade.
- Invisibilidade: Por ser muito fina, a linha se torna praticamente invisível a uma certa distância, o que a transforma em uma armadilha para motociclistas, ciclistas e até pedestres desatentos.
Um Crime Disfarçado de Brincadeira: O Que Diz a Lei?
Que fique claro: o uso, a posse e a comercialização de cerol e linha chilena são crime. No estado do Rio de Janeiro, a Lei Estadual nº 8.478/2019 proíbe explicitamente esses materiais, prevendo multas para quem for flagrado. Em caso de acidentes com lesão corporal ou morte, o responsável pode responder criminalmente por lesão corporal grave ou homicídio.
Apesar da proibição, os números de denúncias continuam altos. Somente nos primeiros cinco meses de 2025, o Disque Denúncia registrou 366 queixas no estado, mostrando que a fiscalização precisa ser intensificada e a conscientização, ampliada.
Como se Proteger da Ameaça Invisível?
A prevenção é a melhor arma contra esse perigo. Se você é motociclista, ciclista ou simplesmente se preocupa com sua segurança, adote algumas medidas essenciais:
- Antena Corta-Pipa: Para motociclistas, este é um item de segurança indispensável e de baixo custo. A antena apara a linha antes que ela atinja o pescoço ou o capacete do piloto.
- Protetor de Pescoço: Existem protetores específicos para motociclistas que oferecem uma camada extra de segurança na região mais vulnerável.
- Atenção Redobrada: Ao passar por áreas onde há pessoas soltando pipa, reduza a velocidade e mantenha a viseira do capacete sempre fechada. Fique atento a movimentos suspeitos no céu e entre postes.
- Evite Áreas de Risco: Se possível, evite trafegar por locais conhecidos como pontos de encontro para soltar pipas com linhas cortantes.
Denunciar é Fundamental: Faça a Sua Parte
Combater a linha chilena é uma responsabilidade de todos. Ao ver alguém usando, produzindo ou vendendo esse material, não hesite. A denúncia é anônima e pode salvar vidas.
Entre em contato com o Disque Denúncia ou acione a Polícia Militar pelo número 190. Sua atitude pode impedir que outra família sofra uma perda irreparável. A vida é frágil demais para ser cortada por uma linha.
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