Marcos Valério: O Retorno do ‘Mensaleiro’ em Nova Megafraude de R$ 215 Milhões em MG

Marcos Valério: O Retorno do ‘Mensaleiro’ em Nova Megafraude de R$ 215 Milhões em MG
O Brasil assiste, mais uma vez, a um nome familiar das páginas policiais e políticas ressurgir em meio a um escândalo de proporções gigantescas. Marcos Valério, o publicitário que se tornou figura central no infame caso do Mensalão, é agora o epicentro de uma nova e complexa investigação em Minas Gerais, focado em um esquema estruturado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica que teria desviado mais de R$ 215 milhões dos cofres públicos.
Deflagrada em uma ação conjunta do Ministério Público, Receita Estadual e diversas forças policiais de Minas Gerais, a Operação Ambiente 186 revela uma teia intrincada que envolve atacadistas, grandes redes de supermercados e empresas do varejo. O objetivo? Desvendar um mecanismo sofisticado para ocultar operações comerciais e fugir do pagamento de impostos.
Marcos Valério: O Reaparecimento do Operador
Conhecido nacionalmente por sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal como o articulador do Mensalão, Marcos Valério é, segundo as investigações, um dos cérebros por trás do grupo criminoso agora desbaratado. Sua presença nesse novo cenário acende um alerta sobre a persistência de práticas ilícitas e a capacidade de certos indivíduos em orquestrar esquemas de grande porte, mesmo após condenações anteriores.
A operação, concentrada na Região Metropolitana de Belo Horizonte e no Centro-Oeste de Minas, cumpriu mandados de busca e apreensão em diversas sedes de empresas e residências de empresários e funcionários. Celulares, documentos, equipamentos eletrônicos e até veículos de luxo – frequentemente usados na lavagem de dinheiro – foram apreendidos, e a justiça decretou a indisponibilidade de bens no impressionante valor de R$ 476 milhões, buscando garantir a recuperação dos prejuízos causados ao Estado.
A Complexidade da Fraude: Empresas de Fachada e ICMS
O coração do esquema de sonegação fiscal, detalhado pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (CIRA-MG), reside na criação de “empresas de fachada”, ou “barrigas de aluguel”. Essas entidades eram abertas com o único propósito de emitir notas fiscais frias, simulando operações interestaduais. O objetivo? Driblar o pagamento do ICMS, especialmente aquele devido por substituição tributária.
Na prática, as investigações apontam que mercadorias que eram vendidas e circulavam dentro de Minas Gerais tinham sua origem ou destino falseados para fora do estado. Isso reduzia artificialmente a carga tributária, permitindo que os grupos ampliassem seus lucros ilícitos e praticassem concorrência desleal, prejudicando empresas que operam dentro da legalidade.
Principais Revelações da Operação Ambiente 186:
- Alvo Central: O publicitário Marcos Valério, apontado como um dos articuladores.
- Prejuízo Estimado: Mais de R$ 215 milhões em ICMS não recolhido.
- Bens Bloqueados: R$ 476 milhões em indisponibilidade para garantir ressarcimento.
- Empresas Envolvidas: Mais de 100 suspeitas, com cerca de 30 alvos diretos de busca.
- Modus Operandi: Criação de “empresas de fachada” para simular operações interestaduais e sonegar ICMS.
O Caminho da Investigação e Seus Desdobramentos
Com mais de 18 meses de apuração, a investigação prossegue em sigilo absoluto, por determinação judicial, para assegurar a eficácia das diligências e a integridade das provas. Além das fraudes fiscais, o Ministério Público também busca indícios de corrupção e financiamento ilícito, indicando a complexidade e a profundidade dos crimes investigados.
O CIRA-MG, criado em 2007, tem sido fundamental no combate a fraudes tributárias estruturadas em Minas Gerais, recuperando bilhões para os cofres públicos ao longo dos anos. A atuação conjunta de diversos órgãos reforça o compromisso em desarticular grandes esquemas criminosos que lesam a sociedade e a economia do estado.
A Operação Ambiente 186 é um lembrete contundente de que a vigilância e a aplicação da lei são contínuas, e que o combate à impunidade, especialmente em casos de lavagem de dinheiro e fraude tributária, é uma prioridade. Acompanharemos de perto os próximos capítulos dessa investigação que promete abalar as estruturas do crime financeiro em Minas Gerais e mais uma vez colocar Marcos Valério no centro do debate público.
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