
Morto em operação na Maré, traficante ‘Gotinha’ acumula 230 mil seguidores no Instagram

Morto em operação na Maré, traficante ‘Gotinha’ acumula 230 mil seguidores no Instagram
A notícia é no mínimo inusitada, para não dizer chocante: mesmo após ser morto em uma operação policial no Complexo da Maré, Daniel Falcão, mais conhecido como ‘Gotinha’, braço direito do traficante TH, viu sua popularidade online disparar de forma bizarra. Em apenas uma semana após seu óbito, ‘Gotinha’ conquistou mais de 110 mil novos seguidores em sua antiga conta no Instagram, elevando o total para incríveis 230 mil seguidores.
O Fenômeno Online Pós-Óbito
A morte de figuras controversas, especialmente no contexto do crime, muitas vezes gera repercussão para além das manchetes tradicionais. No caso de ‘Gotinha’, a repercussão se materializou de forma massiva nas redes sociais. A conta que pertencia ao traficante, mesmo inativa por ele, tornou-se um polo de atenção, atraindo centenas de milhares de pessoas em um curto espaço de tempo.
Esse tipo de fenômeno levanta discussões complexas sobre a interação do público com figuras ligadas ao crime, a morbidez nas redes e como algoritmos podem amplificar conteúdos, mesmo os de origem duvissosa ou ligados a pessoas falecidas.
A Página Ativa e a Polêmica do ‘Jogo do Tigrinho’
Mais surpreendente ainda é o fato de que a página de ‘Gotinha’ no Instagram continua ativa. Longe de se tornar um memorial póstumo, o perfil estaria sendo utilizado para a divulgação do polêmico ‘jogo do tigrinho’, uma modalidade de aposta online frequentemente associada a esquemas fraudulentos e irregulares no Brasil. Essa utilização macabra de um perfil póstumo para fins comerciais e ilícitos adiciona outra camada de bizarrice à história.
Além do perfil principal, ‘Gotinha’ também foi ‘homenageado’ (ou utilizado) com a criação de 74 outros perfis em diversas redes sociais, indicando uma estratégia coordenada ou um movimento viral para capitalizar em sua imagem e morte.
Mais do que Seguidores: Idolatria e Curiosidade
O acúmulo massivo de seguidores pode ser interpretado de diversas formas: curiosidade mórbida, interesse pelo universo do crime que ele representava, ou até mesmo uma estranha forma de idolatria que, infelizmente, existe em algumas parcelas da sociedade. O uso dos perfis para promover jogos de azar irregulares também sugere que há um interesse financeiro por trás da manutenção e impulsionamento dessas contas.
O caso de ‘Gotinha’ no Instagram é um retrato perturbador de como a vida e a morte no crime se cruzam com o universo digital, gerando fenômenos de popularidade póstuma explorados para fins escusos.
Para entender mais sobre o cenário do crime organizado no Rio de Janeiro, acesse fontes de notícias confiáveis e reportagens investigativas. Leia mais sobre a violência no Rio de Janeiro na Agência Brasil. (Nota: O link é um exemplo de fonte relevante e de alta autoridade sobre o contexto da violência no RJ).
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