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Museu Nacional do Rio Reabre Parcialmente: Um Marco de Renascimento e Resiliência
Um dos ícones culturais e científicos do Brasil e da América Latina, o Museu Nacional, localizado no histórico Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, deu um passo fundamental em sua jornada de recuperação. Sete anos após o devastador incêndio de 2018, que consumiu grande parte de seu inestimável acervo, a instituição reabriu parcialmente suas portas ao público nesta quarta-feira, 2 de julho de 2025.
A reabertura parcial do Museu Nacional marca não apenas a volta de uma parte de suas atividades, mas simboliza a resiliência e o esforço de reconstrução de um patrimônio nacional. O projeto de reforma e restauração completa, orçado em R$ 517 milhões e financiado por uma parceria público-privada através do programa Museu Nacional Vive (que une UFRJ, UNESCO e Instituto Cultural Vale), tem previsão de conclusão até o final de 2027.
A Exposição “Entre Gigantes”: Uma Nova Experiência
Para celebrar este momento histórico, o Museu Nacional Rio apresenta a exposição temporária “Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional”. A mostra oferece um percurso imersivo e gratuito (até 31 de agosto) que articula natureza, patrimônio e arte, proporcionando aos visitantes um vislumbre do futuro do museu e da força de seu acervo recuperado e ampliado. Os ingressos podem ser reservados pela plataforma Sympla.
Destaques que Impressionam
Logo na entrada, o visitante é confrontado com a magnitude do Meteorito Bendegó, um “gigante” de 5,6 toneladas que resistiu bravamente às chamas do incêndio de 2018. O Bendegó não é apenas uma peça científica rara, mas tornou-se um símbolo da capacidade de superação do museu. Ao seu lado, obras do artista indígena Gustavo Caboco estabelecem um diálogo contemporâneo com esta rocha espacial.
No pátio da monumental escadaria, outra atração de tirar o fôlego: o imponente esqueleto de um cachalote de 15,7 metros. Suspenso sob a nova e reluzente claraboia do edifício, esta peça de três toneladas é a maior de sua espécie em exibição na América do Sul. O museu, em uma iniciativa de aproximação com o público, convida a todos a sugerir um nome para este cetáceo magnífico.
A exposição também dedica um espaço à história do próprio Palácio de São Cristóvão e ao minucioso processo de sua reconstrução. Elementos arquitetônicos restaurados, esculturas de mármore de Carrara que sobreviveram ao fogo e imagens do trabalho de restauro contam a história deste edifício centenário, que já foi residência da família real portuguesa e sede do Império do Brasil.
O Projeto Recomposição: Um Novo Acervo Ganha Forma
Desde 2021, o Museu Nacional tem trabalhado arduamente na reconstrução de seu acervo através do projeto Recompõe. A iniciativa busca recuperar as coleções perdidas por meio de doações de instituições nacionais, internacionais e de colecionadores privados. Até o momento, mais de 14 mil peças já foram incorporadas, enriquecendo o patrimônio da instituição.
Entre as doações notáveis que agora integram o novo acervo do Museu Nacional, destacam-se:
- O histórico Manto Tupinambá, peça do século XVI doada pelo Museu Nacional da Dinamarca.
- Uma vasta coleção de mais de 1.100 vestígios da Bacia do Araripe, doados por um colecionador suíço-alemão.
- Importantes peças de origem africana e cerâmicas pré-colombianas.
- Itens curiosos e valiosos como um tigre taxidermizado e a coleção de conchas doada pelo cantor Nando Reis.
- O fascinante geodo de ametista.
Destas mais de 14 mil peças, 1.815 estão planejadas para serem exibidas nos futuros circuitos de exposição permanentes do palácio.
Um Futuro em Reconstrução
A reabertura parcial do Museu Nacional é um momento de grande emoção e esperança. Ela representa a força da cultura brasileira e o compromisso com a preservação da memória e da ciência. Enquanto a reforma do Museu Nacional avança para a conclusão em 2027, a exposição “Entre Gigantes” e as novas aquisições do acervo convidam o público a redescobrir este espaço vital e a acompanhar de perto seu renascimento.
Visitar o Museu Nacional agora é testemunhar não apenas fragmentos de um passado glorioso, mas também o vibrante presente de uma instituição que, das cinzas, ressurge para continuar sua missão de educar, pesquisar e inspirar. Acompanhe as novidades no site oficial do Museu Nacional e nas redes sociais da UFRJ, instituição à qual o museu é vinculado.
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