×

Operação Carbono Oculto: Piauí Desvenda Ligação Inédita Entre PCC, Faria Lima e Fraude Bilionária no Nordeste

Operação Carbono Oculto: Piauí Desvenda Ligação Inédita Entre PCC, Faria Lima e Fraude Bilionária no Nordeste

temp_image_1762372567.165052 Operação Carbono Oculto: Piauí Desvenda Ligação Inédita Entre PCC, Faria Lima e Fraude Bilionária no Nordeste

Operação Carbono Oculto: Piauí Desvenda Ligação Inédita Entre PCC, Faria Lima e Fraude Bilionária no Nordeste

Uma bomba estourou no cenário nacional, com repercussões profundas para o Nordeste e, especialmente, para o Piauí. A recente Operação Carbono Oculto 86, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, desvendou uma conexão inédita e alarmante: o Primeiro Comando da Capital (PCC) operando em parceria com o coração financeiro de São Paulo, a Faria Lima, em um colossal esquema de lavagem de dinheiro. Essa complexa teia criminosa teria movimentado cerca de R$ 5 bilhões através de uma rede de postos de combustíveis no Piauí, Maranhão e Tocantins, revelando um novo patamar de sofisticação na atuação da facção.

Para quem busca as últimas notícias do Piauí, essa operação é um marco histórico. Pela primeira vez, braços financeiros do PCC são flagrados com investimentos ilegais na região, demonstrando a capacidade de infiltração da organização criminosa em setores aparentemente lícitos da economia brasileira.

O Epicentro da Fraude: Nordeste e a Faria Lima

A investigação, iniciada após a venda da rede de postos de combustíveis “HD” em dezembro de 2023 para a recém-criada Pima Energia e Participações, jogou luz sobre um esquema engenhoso. Empresas de fachada, fundos de investimento e até fintechs foram utilizadas para mascarar a origem ilícita dos recursos, fraudando o mercado de combustíveis e lesando tanto o consumidor quanto o erário público.

Segundo o Secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, a operação é histórica por expor a ligação direta entre os operadores do PCC em São Paulo e as atividades criminosas no Nordeste. “A origem dos recursos era estranha, de São Paulo, e os proprietários eram de lá. Com a deflagração da Carbono Oculto em São Paulo e a certeza que esses recursos eram originários do PCC, identificamos que os atores envolvidos lá eram os mesmos das operações no Piauí“, explicou Lucas.

Como o Esquema de Lavagem de Dinheiro Operava?

A rede de postos de combustíveis serviu como fachada para a movimentação bilionária. A fraude não se limitava apenas à lavagem de dinheiro, mas também à adulteração de combustíveis, lesando milhares de consumidores e gerando concorrência desleal. A complexidade do esquema incluía:

  • Empresas de Fachada: Criadas especificamente para ocultar os verdadeiros beneficiários e a origem do capital.
  • Fundos de Investimento e Fintechs: Utilizados para dar aparência de legalidade à movimentação de bilhões de reais.
  • Fraude no Mercado de Combustíveis: Adulteração de produtos e sonegação de impostos, causando prejuízos econômicos e ambientais.

Durante a ação policial, 49 postos foram interditados e bens de luxo como imóveis, aeronaves e veículos foram apreendidos, além de ativos financeiros bloqueados. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) estima que somente no estado, o esquema movimentou ilegalmente R$ 300 milhões, com grave evasão tributária e “desorganização do mercado de combustíveis”.

Alvos da Investigação e Empresas Envolvidas

Dentre os principais alvos, destacam-se Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa, antigos proprietários da rede “HD”. Denis Alexandre Jotesso Villani, empresário paulista, e Rogério Garcia Peres, gestor da Altinvest, também figuram como suspeitos de envolvimento no esquema bilionário. Mais de 70 empresas estão sob investigação direta e indireta. As principais incluem:

  • Pima Energia Participações: Holding criada dias antes da compra da Rede HD, com suspeitas de ser uma empresa de fachada.
  • Mind Energy Participações: Outra empresa ligada à transferência de unidades vendidas.
  • Rede Diamante: Nova bandeira assumida por parte dos postos.
  • Altinvest: Gestora paulista suspeita de captação de recursos e movimentação de dinheiro do PCC.
  • Copape e Duvale Distribuidora de Petróleo: Empresas com histórico de irregularidades e crescimento financeiro suspeito, envolvidas na adulteração e distribuição de combustíveis.

A investigação da Polícia Civil do Piauí em conjunto com outras forças de segurança segue apurando crimes como lavagem de dinheiro, fraude fiscal, adulteração de combustíveis e associação criminosa com o PCC.

O Alcance da Operação Carbono Oculto no Cenário Nacional

A Operação Carbono Oculto não é um fenômeno isolado. Em agosto, uma megaoperação em São Paulo já havia desvendado um esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis, com mais de mil postos em dez estados envolvidos. As investigações apontaram para a importação de R$ 10 bilhões em insumos, sonegação de R$ 8,67 bilhões em impostos e a adulteração massiva de combustíveis.

A conexão com a Faria Lima se aprofundou na primeira fase da operação, quando 42 dos 350 alvos estavam no centro financeiro, incluindo fundos de investimento, gestoras e corretoras. A Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelaram que ao menos 40 fundos de investimentos, com patrimônio de R$ 30 bilhões, eram controlados pelo PCC, com membros infiltrados no mercado financeiro paulista.

Esta operação no Piauí e no Nordeste reforça a gravidade da atuação do crime organizado, que se expande para além das fronteiras tradicionais e busca legitimar seus lucros ilícitos através de complexas estruturas financeiras. É um alerta para a vigilância constante e a necessidade de cooperação entre as forças de segurança de todo o país para combater essa modalidade de crime.

Para mais informações sobre operações de combate ao crime organizado no Brasil e seus impactos econômicos, consulte fontes oficiais como a Polícia Civil do Piauí e a Receita Federal, além de noticiários de credibilidade nacional.

Compartilhar: