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Operação Psicose: A Desarticulação da Megafábrica de Cogumelos Mágicos no Brasil

Operação Psicose: A Desarticulação da Megafábrica de Cogumelos Mágicos no Brasil

temp_image_1757011359.509542 Operação Psicose: A Desarticulação da Megafábrica de Cogumelos Mágicos no Brasil

Operação Psicose: A Desarticulação da Megafábrica de Cogumelos Mágicos no Brasil

A Polícia Civil do Distrito Federal, em uma ação coordenada e de grande impacto, deflagrou a “Operação Psicose”, revelando uma complexa rede criminosa responsável pela produção em larga escala e distribuição de cogumelos mágicos por todo o território nacional. A investigação expôs um esquema sofisticado que utilizava marketing digital e logística de ponta para abastecer consumidores e traficantes.

O Que São os Cogumelos Mágicos e Por Que São Ilegais?

Conhecidos popularmente como cogumelos mágicos ou cogumelos alucinógenos, esses fungos contêm a substância psilocibina, um composto psicodélico natural. A psilocibina é responsável por alterar a percepção sensorial, a noção de tempo e espaço e, em muitos casos, induzir estados de consciência alterados. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proíbe a comercialização, produção e uso dessas substâncias, classificando-as como entorpecentes devido aos seus potenciais riscos à saúde pública e à segurança. Para mais informações sobre substâncias controladas, você pode consultar o site da ANVISA.

A Operação Psicose em Detalhes

Conduzida pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil do DF, com apoio estratégico do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Receita Federal e Correios, a “Operação Psicose” mobilizou forças em diversas regiões do país. Foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e nove de prisão em capitais como Brasília (DF), Curitiba (PR), Joinville (SC), São Paulo (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES).

Do Monitoramento Digital à Descoberta dos Cultivos

A investigação teve início em 2025, a partir do rastreamento minucioso de redes sociais e websites que descaradamente anunciavam a venda dos entorpecentes. Perfis no Instagram funcionavam como iscas para atrair interessados, que eram então direcionados a páginas específicas e grupos de mensagens para a concretização das negociações.

A Polícia Civil descobriu que, embora houvesse um cultivo próprio no Distrito Federal, sua capacidade era insuficiente para a demanda. O verdadeiro centro nevrálgico da produção ficava em Curitiba, no Paraná. Esse polo logístico e de produção tinha capacidade para gerar impressionantes 200 quilos de cogumelos psicodélicos por mês, com planos ambiciosos de dobrar a produção.

Logística Sofisticada e Faturamento Milionário

A organização utilizava um engenhoso esquema de distribuição, valendo-se dos Correios e de empresas de logística. Operando em um modelo semelhante ao dropshipping, os pedidos eram despachados por terceiros, o que dificultava enormemente a fiscalização e o rastreamento pelas autoridades.

As investigações revelaram que, entre 2024 e 2025, o esquema movimentou 3.718 encomendas, totalizando cerca de 1,3 quilo de cogumelos alucinógenos. Cada dose de 3 gramas era comercializada por aproximadamente R$ 60, gerando um faturamento estimado em impressionantes R$ 26,5 milhões no período. Um valor que demonstra a audácia e o alcance dessa rede de tráfico de drogas.

Marketing Enganoso e Riscos à Saúde Pública

Além da produção e logística, a organização investia pesadamente em marketing digital. Utilizavam sites com apelo visual, anúncios pagos em redes sociais e parcerias com influenciadores e DJs para seduzir principalmente o público jovem e frequentadores de festas de música eletrônica. O mais preocupante é que os produtos chegavam a ser promovidos em feiras e eventos, associando os entorpecentes a supostos benefícios à saúde, sem qualquer base científica. Essa prática não apenas desinforma, mas coloca em risco a saúde de inúmeras pessoas.

Consequências Legais: Um Aviso à Organização Criminosa

Diante da robustez das apurações, os envolvidos enfrentarão acusações sérias. Eles poderão responder por:

  • Tráfico de drogas qualificado
  • Lavagem de dinheiro
  • Associação criminosa
  • Crimes ambientais
  • Crimes contra a saúde pública
  • Publicidade abusiva
  • Curandeirismo

As penas para os líderes da organização podem atingir até 53 anos de prisão, um reflexo da gravidade e da extensão dos crimes cometidos. A “Operação Psicose” serve como um claro alerta contra o tráfico de substâncias psicodélicas e a exploração da desinformação para fins criminosos.

É fundamental que a população esteja ciente dos perigos e da ilegalidade de substâncias como os cogumelos mágicos. A vigilância e a denúncia são ferramentas essenciais na luta contra o crime organizado e na proteção da saúde pública. Para informações sobre como denunciar atividades criminosas, procure os canais oficiais da Polícia Federal ou disque 190 para a Polícia Militar local.

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