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Polêmica em Cocal: Justiça Suspende Show de Alok em Cidade com Calamidade Financeira

Polêmica em Cocal: Justiça Suspende Show de Alok em Cidade com Calamidade Financeira

temp_image_1754757364.237108 Polêmica em Cocal: Justiça Suspende Show de Alok em Cidade com Calamidade Financeira

A cidade de Cocal, no Piauí, está no centro de uma grande polêmica que coloca em xeque as prioridades da gestão pública. Em uma reviravolta surpreendente, a Justiça do Piauí determinou a suspensão dos shows de DJ Alok e outras três grandes atrações, que estavam programados para os festejos do município. O motivo? O evento, com custos milionários, foi anunciado apenas sete meses após a prefeitura decretar estado de emergência e calamidade financeira.

O Contraste: Festa Milionária vs. Calamidade Financeira

A decisão judicial atendeu a um pedido do Ministério Público do Piauí (MPPI), que levantou sérias preocupações sobre os gastos. Os contratos para os shows de Alok, Natanzinho Lima, Hungria Hip Hop e da banda Anjos de Resgate somam R$ 1,8 milhão. No entanto, o MPPI estima que o custo total do evento, incluindo estrutura e logística, poderia ultrapassar a impressionante marca de R$ 3 milhões.

O que torna a situação ainda mais delicada é o histórico recente da cidade. Em janeiro de 2025, a própria prefeitura de Cocal publicou um decreto de estado de emergência e calamidade financeira. Um relatório da Secretaria Municipal de Finanças, divulgado em março, pintou um cenário preocupante: quase 86% da receita mensal do município era consumida por despesas fixas, comprometendo serviços essenciais como saúde e educação.

A Defesa da Prefeitura e a Desconfiança do Judiciário

O prefeito de Cocal, Cristiano Britto (Republicanos), afirmou que recorreu da decisão, garantindo que o evento está mantido. A justificativa é que parte dos recursos viria de emendas parlamentares e repasses estaduais, não impactando diretamente o caixa municipal. Contudo, o juiz Anderson Brito da Mata, responsável pela decisão, expressou ceticismo.

“Não me parece crível concluir que, em menos de 5 meses, o município saiu da penúria financeira descrita por seu secretário de Finanças em março para uma situação de conforto econômico relatada pelo mesmo secretário em agosto”, destacou o magistrado em sua decisão.

Multas Pesadas e Consequências Imediatas

A ordem judicial é clara e impõe sanções severas em caso de descumprimento. A Prefeitura de Cocal foi instruída a tomar as seguintes medidas imediatas:

  • Suspender imediatamente qualquer pagamento referente aos contratos com os artistas.
  • Proibição de assinar novos contratos com outras bandas ou artistas para os festejos.
  • Retirada de outdoors com promoção pessoal do prefeito e da primeira-dama ligados ao evento, no prazo de 24 horas.

O não cumprimento das determinações pode resultar em uma multa diária de R$ 3 milhões para o prefeito, além de uma multa específica de R$ 50 mil por dia pela manutenção das propagandas pessoais. O embate entre a gestão municipal e o Judiciário em Cocal segue em andamento, e a população aguarda para saber se haverá festa ou se a prioridade será, de fato, a reorganização das finanças públicas.

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