Policial Militar Demitido: Soldado ‘Celebridade’ é Desligado da PM de SP

Um caso que mistura disciplina militar, presença marcante nas redes sociais e até o universo do Carnaval resultou na demissão de um **policial militar** em São Paulo. O soldado Paulo Rogério da Costa Coutinho, que atuava no 18º Batalhão da PM na zona norte da capital, foi formalmente desligado da corporação.

Coutinho ganhou notoriedade para além das ruas, acumulando seguidores nas redes sociais onde compartilhava sua rotina como policial e também como entregador em seu tempo livre. Sua aparência, especialmente as tatuagens no rosto, também contribuía para sua visibilidade online, levando-o a se considerar uma figura pública.

O Incidente no Carnaval de 2022

O incidente que culminou na sua demissão ocorreu durante os desfiles de Carnaval de 2022, no Sambódromo do Anhembi. Segundo o processo na Justiça Militar, o soldado, que fazia parte da Operação Carnaval, teria abandonado seu posto de revista no portão 28, setor A, para permanecer em um camarote por aproximadamente duas horas na madrugada de 22 de abril de 2022.

A Polícia Militar de São Paulo classificou a ação como **transgressão disciplinar de natureza grave**, caracterizada como “atos atentatórios à instituição e ao Estado”, e como **desvio de função**. A decisão de desligamento foi publicada no Diário Oficial, selando o destino do **policial militar demitido**.

A Defesa do Soldado: ‘Celebridade’ e Desigualdade

A defesa do soldado Coutinho argumenta de forma veemente contra a decisão. Segundo o advogado João Carlos Campanini, o tempo no camarote se justificava porque Coutinho “é uma celebridade” e estava atendendo fãs e tirando fotos, o que, na visão da defesa, seria uma forma de promover o trabalho da **PM SP** nas redes sociais.

No entanto, o ponto central da argumentação da defesa é a alegação de falta de igualdade no tratamento. Eles questionam por que outro **policial militar** que o acompanhava no camarote não foi também demitido pela mesma conduta. “A mesma conduta apurada em relação ao outro PM não gerou demissão. Isso leva a crer que a decisão foi política e por questões de bastidores”, afirmou o advogado à Folha.

A defesa sustenta que a decisão carece de fundamentação clara e pode ter motivações políticas ou de bastidores, ferindo o princípio da motivação que rege os atos administrativos. Eles negam que tenha havido abandono de posto ou **desvio de função** intencional no contexto da missão.

Outro Lado: O Caso da Orquídea em 2023

Vale lembrar que, em 2023, Coutinho já havia sido alvo de um procedimento por suspeita de peculato. A investigação apurava o desaparecimento momentâneo de uma orquídea do jardim do batalhão onde ele atuava na época.

A defesa do soldado, também na ocasião, negou o furto, alegando que ele apenas mudou a planta de local durante a manutenção do quartel e que a acusação seria uma perseguição motivada pelas suas tatuagens no rosto. A Polícia Militar, por sua vez, afirmou respeitar os direitos dos investigados.

Próximos Passos: Recurso e Justiça

Diante da demissão oficial, a defesa de Paulo Rogério da Costa Coutinho não pretende se conformar. O advogado já anunciou que buscará reverter a decisão, classificando-a como uma “injustiça”.

Os próximos passos incluem a apresentação de recurso ao governador do Estado e, se necessário, a busca por amparo junto ao Tribunal de Justiça, para contestar a legalidade e a justiça do ato administrativo que culminou com o desligamento do **policial militar demitido**.

A Polícia Militar de São Paulo, procurada para comentar as alegações da defesa sobre desigualdade no processo de demissão, não havia respondido até a publicação original desta notícia.

Para mais informações sobre a estrutura da Polícia Militar de SP ou sobre publicações oficiais no Diário Oficial do Estado, consulte os respectivos portais.