Protestos de Carroceiros em Recife: Tensão, Ruas Fechadas e o Futuro da Tração Animal

Clima de Tensão em Recife: O Grito dos Carroceiros Ecoa pela Cidade

As ruas do centro do Recife se tornaram palco de um intenso impasse nesta segunda-feira (18). Em uma série de protestos, dezenas de carroceiros manifestaram sua insatisfação contra a nova lei municipal que proíbe a circulação de veículos de tração animal. O dia foi marcado por ruas bloqueadas, fogo em entulhos e uma reunião sem acordo na Câmara dos Vereadores, deixando um rastro de incerteza sobre o futuro de centenas de famílias e seus animais.

O Coração do Conflito: A Proibição da Tração Animal

A principal fonte da discórdia é a lei que estabelece o fim da circulação de carroças a partir de 31 de janeiro de 2026. A medida, defendida por alguns como um avanço no bem-estar animal, é vista pelos trabalhadores como uma ameaça direta ao seu sustento. A reunião entre os representantes da categoria e os vereadores terminou sem um consenso, e a liderança dos carroceiros já sinaliza que novos atos não estão descartados.

A Voz da Categoria: “É uma Lei Injusta”

Marcos Batista, conhecido como Neno e uma das principais lideranças do movimento, argumenta que a legislação é falha e prejudica tanto as pessoas quanto os animais. Ele questiona o destino dos cavalos após a implementação da lei, temendo que, sem o trabalho e o cuidado de seus donos, os animais sofram ainda mais.

“É uma lei totalmente inconstitucional, uma lei injusta. Tanto com a gente quanto com os animais… Tem cavalo aqui que se tomarem da gente eles vão morrer, por falta do dono.”

Marcos Batista (Neno), líder dos carroceiros

Aos gritos de “Queremos trabalhar!”, os manifestantes pedem a revisão da lei, sugerindo a regulamentação da atividade em vez de sua completa proibição.

A Posição do Legislativo

Do outro lado, o presidente da Câmara, Romerinho Jatobá, explicou a complexidade da situação. Segundo ele, a proposta dos carroceiros de regulamentar a atividade descaracteriza completamente o projeto de lei, que tem como único objetivo a proibição. “Não cabe nem emenda desse tipo”, pontuou o vereador. Apesar do impasse, ele se colocou à disposição para mediar o diálogo entre a categoria e o Poder Executivo, representado pela Prefeitura do Recife (PCR).

Qual o Futuro dos Carroceiros em Recife?

Com a falta de acordo, o futuro permanece incerto. Os protestos dos carroceiros em Recife evidenciam um profundo dilema social: como equilibrar o avanço das pautas de bem-estar animal com a garantia de sustento para trabalhadores que dependem dessa atividade há gerações? A cidade aguarda os próximos capítulos, na esperança de uma solução que contemple todas as partes envolvidas.