
Qualidade de Vida no Brasil: O Ranking das Melhores e Piores Cidades (2025)

Descobrir onde a vida realmente floresce no Brasil vai além de números econômicos. Um novo e abrangente ranking de cidades brasileiras, focado na qualidade de vida da população, acaba de ser divulgado. Realizado pelo instituto Imazon em parceria com outras importantes organizações civis, o estudo lança luz sobre o Índice de Progresso Social (IPS) dos municípios brasileiros.
Mas o que significa, na prática, ter qualidade de vida? Para muitos, como o panfletista Osiel Machado, reflete-se diretamente na segurança, moradia digna e, crucialmente, em oportunidades. A percepção individual, muitas vezes, contrasta com as métricas gerais.
A Metodologia por Trás do Ranking
Diferente de índices que apenas contam recursos (como o número de escolas ou postos de saúde), o IPS mergulha na qualidade dos resultados. Conforme explica Melissa Wilm, coordenadora do IPS Brasil, o foco está em saber se os alunos saem das escolas com educação de qualidade e se os cidadãos acessam serviços de saúde eficientes.
Para classificar os 5.570 municípios do país, o estudo cruzou uma vasta quantidade de dados e indicadores sociais, totalizando 57 métricas divididas em três grupos principais:
- Necessidades Humanas Básicas: Avalia o acesso fundamental da população a itens essenciais como comida, moradia, segurança e cuidados básicos de saúde.
- Fundamentos do Bem-Estar: Analisa aspectos como acesso à educação fundamental de qualidade, condições para uma vida saudável e a conexão com a natureza.
- Oportunidades: Mede o respeito aos direitos individuais, a inclusão e o acesso ao ensino superior e outras formas de desenvolvimento pessoal e profissional.
A realidade expressa nos depoimentos, como a preocupação com a segurança mencionada pela estudante Isadora Maria da Silva ou a luta por moradia e educação dos filhos vivida por Nina Castro, reflete a importância desses indicadores no cotidiano das pessoas.
Os Resultados: Avanço Tímido e Desigualdade Gritante
A análise do IPS 2025 mostrou um discreto avanço na média nacional em comparação com o ano anterior. No entanto, o grande destaque, e também a maior preocupação, reside na abissal desigualdade regional escancarada pelo ranking.
Enquanto 18 das 20 cidades com os melhores índices de qualidade de vida estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste, impressionantes 19 das piores colocadas encontram-se no Norte e Nordeste do Brasil.
Pela segunda vez, a cidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, conquistou o topo do ranking. Na outra ponta da tabela, a pior colocada foi Uiramutã, localizada em Roraima.
Riqueza Não Garante Progresso Social
Uma das conclusões mais poderosas do estudo é que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de uma cidade não é, por si só, um indicador de seu progresso social ou da qualidade de vida de seus habitantes.
O caso de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ), ilustra perfeitamente essa desconexão. A cidade apresenta um PIB per capita similar ao de Uberlândia (MG). Contudo, em um ranking comparativo de bem-estar social entre grandes municípios, Uberlândia figura entre as primeiras posições, enquanto Duque de Caxias aparece entre as últimas.
O IPS como Ferramenta de Transformação
Mais do que apenas um ranking, o IPS se apresenta como uma ferramenta de gestão crucial. Ele funciona como uma bússola, orientando a sociedade civil, investidores e, especialmente, o poder público. Ao identificar áreas com maior necessidade de atenção, o índice permite a tomada de decisões mais assertivas para promover o verdadeiro desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população. A prefeitura de Duque de Caxias, por exemplo, declarou estar empenhada em obras e iniciativas para elevar o bem-estar de seus moradores.
Este ranking da qualidade de vida é um chamado à ação, evidenciando que o progresso genuíno demanda atenção focada nas pessoas e em suas necessidades básicas, bem-estar e oportunidades.
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