
Revista Piauí CBF: Denúncia de Assédio Moral Abala a Confederação Brasileira de Futebol

Revista Piauí CBF: Denúncia de Assédio Moral Abala a Confederação Brasileira de Futebol
Uma grave denúncia de assédio moral e sexual contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, e outros membros da entidade, abala o mundo do futebol brasileiro. A arquiteta Luísa Xavier da Silveira Rosa, ex-diretora da CBF, revelou em entrevista à Revista Piauí um ambiente de trabalho hostil, marcado por misoginia, espionagem e retaliação.
O Início Promissor e a Decepção
Em 2020, Luísa Rosa foi convidada para liderar a construção de centros de treinamento com verba da FIFA. Inicialmente, a oportunidade parecia um grande avanço na sua carreira. No entanto, ao aceitar um cargo de diretoria na CBF, a arquiteta se deparou com uma realidade sombria.
Um Ambiente Tóxico e Misógino
Segundo a denúncia, a CBF se revelou um ambiente repleto de comentários misóginos, assédio sexual e até mesmo contratação de prostitutas para eventos. A arquiteta relata ter sofrido esvaziamento de suas funções, retaliações e humilhações constantes.
Espionagem e Medo
Um dos pontos mais chocantes da denúncia é a descoberta de câmeras escondidas com captação de áudio no restaurante da CBF, supostamente ligadas ao gabinete do presidente Ednaldo Rodrigues. O clima de espionagem gerou um ambiente de medo e desconfiança entre os funcionários.
- Funcionários evitavam almoçar no restaurante, apelidando-o de “Coreia do Norte”.
- Diretores se reuniam com a TV em volume alto para evitar serem ouvidos.
- Um novo funcionário foi alertado sobre a existência de grampos por toda a parte.
Denúncia, Demissão e Consequências Legais
Após denunciar as irregularidades à Comissão de Ética da CBF, Luísa Rosa foi demitida sob a acusação de ter vazado informações para a imprensa, o que ela nega veementemente. A arquiteta moveu uma ação trabalhista contra a CBF, alegando assédio moral e sexual.
A justiça condenou a CBF a indenizar Luísa Rosa em R$ 60 mil, mas a entidade recorreu da decisão. Em contrapartida, Ednaldo Rodrigues moveu uma queixa-crime contra a arquiteta e sua advogada, acusando-as de difamação, mas ambas foram absolvidas.
Impacto e Reflexões
O caso Luísa Rosa expõe um lado obscuro da CBF e levanta sérias questões sobre a cultura organizacional da entidade. Uma pesquisa interna revelou que mais da metade dos funcionários não se sentem seguros para denunciar irregularidades, evidenciando um clima de medo e descrença.
A denúncia da Revista Piauí e o caso Luísa Rosa servem de alerta para a necessidade de promover um ambiente de trabalho mais seguro, igualitário e livre de assédio em todas as esferas do futebol brasileiro.
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