
Sushila Karki: Nepal Emerge da Crise com Sua Primeira Mulher no Poder

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Sushila Karki: Nepal Emerge da Crise com Sua Primeira Mulher no Poder
Em uma semana de turbulência sem precedentes, o Nepal testemunhou a ascensão de uma nova líder em meio a protestos massivos e mortais. Sushila Karki, uma figura de 73 anos com uma história impecável na magistratura, assumiu o cargo de primeira ministra interina, marcando um ponto de virada dramático após a queda do líder anterior, em um país mergulhado em agitação política.
A nomeação de Karki não é apenas um marco histórico por ser a primeira mulher a liderar o Nepal; ela representa a voz de uma nação exausta pela corrupção e pelo nepotismo. A escolha veio diretamente de um movimento liderado pela Geração Z, que, através de manifestações iniciadas nas redes sociais e culminando em protestos de rua, exigiu mudanças profundas.
A Ascensão Inesperada de uma Jurista Impecável
Ex-presidente da Suprema Corte, Sushila Karki era uma escolha improvável, mas poderosa, para os jovens manifestantes. O movimento, que começou como uma crítica aos “Nepo Kids” e seus estilos de vida luxuosos, rapidamente ganhou as ruas, transformando-se na agitação social mais letal que o Nepal vivenciou em anos. O apoio a Karki foi selado digitalmente, com um voto informal através do aplicativo de mensagens Discord, demonstrando a força e organização da juventude nepalesa.
Sua reputação como jurista destemida e incorruptível, construída ao longo de décadas no coração do establishment que a juventude agora desafiava, apelou a milhões. Como destacou Biraj Aryal, um aspirante a contador de 28 anos, Karki é “a única figura em que o país inteiro pode confiar”. Anjali Sah, estudante de direito de 24 anos, acrescentou à CNN que Karki “mostrou ter coragem” e que a liderança feminina poderia “ajudar a pôr as coisas em ordem e reduzir a corrupção”.
Voz da Juventude e o Fim de uma Era
A imagem do parlamento em chamas e a queda do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli são testemunhos da intensidade da insatisfação. A Geração Z do Nepal não apenas derrubou um líder, mas também questionou o que viria a seguir. Em resposta à recomendação de Sushila Karki, o presidente Ram Chandra Paudel dissolveu o parlamento, convocando novas eleições para 5 de março de 2026, um passo decisivo em direção a uma nova fase política.
A vizinha Índia, através de seu Ministério das Relações Exteriores, acolheu a notícia com esperança, manifestando desejo de “fomentar a paz e a estabilidade” no país vizinho, reforçando seu compromisso como parceira de desenvolvimento.
O Legado de Integridade de Sushila Karki
Nascida no distrito de Morang, leste do Nepal, Sushila Karki trilhou uma carreira jurídica exemplar, culminando em sua histórica nomeação como a primeira mulher presidente da Suprema Corte do Nepal em 2016. Durante seu mandato, ela se tornou sinônimo de uma abordagem de tolerância zero à corrupção, uma postura que lhe rendeu tanto admiração quanto desafios.
Sua firmeza foi testada em 2017, quando enfrentou uma moção de impeachment da coalizão governista após sua corte anular a escolha do governo para chefe de polícia. A decisão foi vista como uma defesa da meritocracia contra o clientelismo político. A moção foi posteriormente retirada devido à significativa reação pública e judicial, solidificando ainda mais sua imagem como guardiã da integridade institucional.
As Raízes da Revolta: O Clamor por Mudança no Nepal
A raiva e o descontentamento vinham crescendo há anos no país himalaio. O aumento do desemprego juvenil e a falta de oportunidades econômicas, agravados pela percepção de uma crescente disparidade entre a elite e o cidadão comum, alimentaram um clima de frustração generalizada. Em setembro, jovens nepaleses, fartos de ver os filhos de políticos exibindo bolsas de grife e viagens de luxo enquanto a maioria lutava para sobreviver, organizaram um protesto pacífico.
A proibição governamental de mais de duas dúzias de plataformas de mídia social — incluindo Instagram, Facebook e WhatsApp — na semana passada, adicionou mais lenha à fogueira. Em um desenvolvimento político chocante, manifestantes incendiaram o parlamento e a Suprema Corte, símbolos-chave do Estado, forçando a renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli.
Infelizmente, a agitação teve um custo humano elevado. De acordo com o porta-voz da polícia do Nepal, Binod Ghimire, 51 pessoas foram mortas, incluindo 21 manifestantes e 3 policiais. Mais de 1.700 ficaram feridos nos confrontos, segundo o Ministério da Saúde e População.
O Caminho à Frente para o Nepal
Com Sushila Karki na liderança interina, o Nepal busca um porto seguro em meio à crise. Sua experiência e reputação de incorruptibilidade oferecem uma esperança tangível para um futuro mais justo e estável. As próximas eleições de 2026 serão cruciais para consolidar as mudanças impulsionadas pela Geração Z e definir os rumos de uma nação que clama por transparência e equidade.
Para mais informações sobre a situação política no Nepal, consulte notícias da BBC sobre o Nepal. Para entender melhor o impacto da corrupção política, visite a página da Wikipedia sobre Corrupção Política.
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