Tenerife em Debate: Imposto Turístico e Protestos Contra o Turismo Massivo Sacodem as Ilhas Canárias

Tenerife em Debate: Imposto Turístico e Protestos Contra o Turismo Massivo Sacodem as Ilhas Canárias

A paradisíaca ilha de Tenerife, junto às demais populares Ilhas Canárias, encontra-se no centro de uma intensa discussão sobre a introdução de um novo imposto turístico. Essa proposta polêmica surge em um momento de crescente insatisfação popular, culminando em manifestações significativas contra os efeitos do turismo massivo na região.

Fernando Clavijo, presidente das Ilhas Canárias, sinalizou abertura para debater a iniciativa na última semana, reconhecendo a pressão de setores da sociedade. O anúncio veio dias antes de grandes protestos turismo agendados, demonstrando a urgência da pauta.

O Grito das Ruas: Por Que os Moradores Estão Protestando?

Moradores e ativistas, organizados por grupos como o “Canarias tiene un límite” (As Canárias têm um limite), têm levado seu descontentamento às ruas. As manifestações não se limitam a Tenerife, ecoando em outras ilhas do arquipélago, como Lanzarote, Gran Canaria e La Palma, e até mesmo em cidades europeias como Madrid e Berlim.

As principais demandas dos manifestantes giram em torno da necessidade de uma melhor distribuição da riqueza gerada pelo setor turístico e medidas eficazes para mitigar o impacto turismo na vida dos residentes. Problemas como congestionamentos crônicos, sobrecarga de infraestrutura e questões relacionadas ao tratamento de águas residuais são atribuídos à falta de uma gestão política adequada frente ao volume de visitantes.

A Proposta do Imposto Turístico em Tenerife e o Debate Político

Uma das exigências centrais dos grupos em protesto é justamente a implementação de uma taxa turística. Essa medida seria vista como uma forma de redistribuir os benefícios do setor e financiar ações para minimizar seus impactos negativos.

A presidente do Cabildo de Tenerife, Rosa Dávila, propôs especificamente um imposto sobre as pernoites de não residentes na ilha, uma ideia que foi vista “positivamente” pelo presidente Clavijo. Ele indicou que seu partido está aberto a explorar essa alteração tributária, especialmente se uma redistribuição de riqueza através de salários no setor não for alcançada.

No entanto, a proposta enfrenta resistência. O Partido Popular, parceiro de governo, já manifestou abertamente sua rejeição à implementação de um imposto turístico em Tenerife. Apesar disso, presidentes de outros Cabildos, como Sergio Rodríguez (La Palma) e Antonio Morales (Gran Canaria), se mostraram favoráveis a uma ecotaxa turística nas ilhas.

Potencial de Arrecadação e o Futuro Incerto

Estimativas sugerem que, somente em Tenerife, a ilha mais visitada, um imposto como o proposto poderia gerar cerca de €100 milhões. Historicamente, as Ilhas Canárias têm resistido à ideia de uma taxa turística, com tentativas anteriores sendo barradas.

Com o debate político em andamento no Parlamento das Canárias e a pressão popular crescente, muitos veem a introdução de alguma forma de tributação turística como cada vez mais provável. A situação em Tenerife e no arquipélago reflete um debate global sobre a sustentabilidade turística e como equilibrar os benefícios econômicos do turismo com a qualidade de vida dos residentes e a preservação ambiental.

O desfecho dessa discussão definirá o futuro do turismo em Tenerife e nas Ilhas Canárias, buscando um modelo que seja mais justo e sustentável para todos os envolvidos.