
Tensão Máxima em Los Angeles: Confrontos, Raids de Imigração e a Polêmica Ação da Guarda Nacional

Los Angeles sob Tensão: A Escalada de Confrontos e a Disputa Política
A cidade de Los Angeles se tornou o palco de intensos confrontos e uma acirrada disputa política após uma série de raids de imigração federais desencadear protestos generalizados. A situação se agravou significativamente com a decisão do governo federal de enviar a Guarda Nacional para a cidade, uma medida que gerou forte oposição das autoridades estaduais e locais.
Os protestos, que começaram após dezenas de detenções por agentes de imigração em diversas localidades, rapidamente escalaram. O Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD) declarou uma assembleia em frente ao Centro de Detenção Metropolitano como ‘ilegal’, autorizando o uso de munição não letal.
Confrontos nas Ruas e Rodovias
Equipes no local testemunharam policiais usando força contra manifestantes, incluindo golpes e empurrões, além do uso de granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Várias pessoas foram detidas, com relatos de indivíduos sendo imobilizados no chão por múltiplos oficiais.
A tensão se espalhou, levando manifestantes a bloquear vias importantes, incluindo as rodovias 101 e 110, causando significativo transtorno no trânsito e marcando o terceiro dia de protestos. As autoridades de trânsito e o LAPD alertaram motoristas a evitar a área central da cidade devido aos bloqueios e confrontos.
Em incidentes separados, dois oficiais do LAPD foram atingidos por motociclistas que tentaram romper uma linha de segurança durante um protesto no centro da cidade. Os motociclistas foram detidos no local.
A Polêmica Implantação da Guarda Nacional
A decisão do Presidente Donald Trump de enviar 2.000 membros da Guarda Nacional para a Califórnia, especificamente para Los Angeles, foi um ponto de virada na crise. Esta marca a primeira vez desde 1965 que um presidente aciona a Guarda Nacional dentro das fronteiras de um estado sem o pedido ou consentimento do governador, com a notável exceção do contexto de direitos civis.
Cerca de 300 guardas foram inicialmente implantados em três locais. A missão dos soldados e suas regras de engajamento permanecem incertas, apesar das tropas terem sido observadas portando rifles militares. Questionado sobre o uso da força, o Presidente Trump declarou: “Veremos o que acontece… se acharmos que há uma insurreição séria, ou menos que isso, teremos lei e ordem.”
Reações Políticas e Disputa por Autoridade
A ação federal provocou forte condenação das autoridades californianas. O Governador Gavin Newsom classificou a medida como “intencionalmente inflamatória” e pediu formalmente ao Departamento de Defesa que rescindisse a ordem, argumentando que as autoridades estaduais e locais são as mais indicadas para avaliar a necessidade de recursos e que a implantação sem treinamento adequado “arrisca seriamente escalar a situação”. Newsom afirmou que “não tínhamos um problema até Trump se envolver”.
A Prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também criticou a implantação, afirmando que não há necessidade de tropas federais nas ruas e que a presença da Guarda Nacional “cria um caos intencional”. Ela enfatizou que o LAPD tem capacidade para lidar com a situação e que a cidade está passando por um momento delicado, sendo traumatizada pelos raids e pela presença militar.
Um grupo de 22 governadores democratas emitiu uma declaração conjunta condenando a decisão de Trump como um “abuso alarmante de poder”, defendendo a autonomia dos governadores sobre suas Guardas Nacionais estaduais.
O Departamento de Segurança Interna (DHS), por outro lado, defendeu a ação federal, acusando a Prefeita Bass de “proteger manifestantes violentos e criminosos ilegais” e afirmando que Trump e o DHS “restaurarão a Lei e Ordem em Los Angeles se seus líderes não o fizerem”.
Contexto e Implicações
A intensificação das ações de imigração por parte do governo federal, em linha com promessas de campanha de Trump, é o pano de fundo para os protestos. Autoridades federais se prepararam para reforçar a segurança dos agentes do ICE, citando o risco de incidentes similares aos ocorridos em Portland em 2020.
A Presidente do México, Claudia Sheinbaum, criticou os raids, defendendo que a questão migratória deve ser tratada através de reformas abrangentes e respeito aos direitos humanos. Ela destacou a importância dos mexicanos para Los Angeles e afirmou que “não são criminosos”, garantindo apoio e boas-vindas para aqueles que desejarem retornar.
Tanto o Governador Newsom quanto a Prefeita Bass pediram que os protestos permaneçam pacíficos, respeitando as autoridades policiais, mas defendendo o direito constitucional à manifestação. Eles alertaram que violência, destruição e vandalismo não serão tolerados.
Enquanto a situação permanece fluida, com a Guarda Nacional se posicionando e mais detenções sendo realizadas pelo LAPD, a cidade de Los Angeles vive um momento de alta tensão, com a disputa entre autoridades federais e estaduais exacerbando a crise desencadeada pelos raids de imigração.
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