Tragédia na Linha 5-Lilás: Passageiro morre preso entre trem e porta na estação Campo Limpo

Uma manhã de terça-feira se transformou em tragédia na Zona Sul de São Paulo. Um grave acidente na estação Campo Limpo, da Linha 5-Lilás do metrô, resultou na morte de um passageiro após ele ficar preso entre o trem e a porta da plataforma.

O incidente chocante ocorreu por volta das 8h, horário de pico, quando o fluxo de passageiros é intenso. A vítima foi identificada como Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, de 35 anos.

Detalhes do Acidente Fatídico

Segundo relatos e informações iniciais, o passageiro tentou embarcar no trem no momento em que as portas, tanto do vagão quanto da plataforma, estavam se fechando. Ele acabou preso no vão estreito entre elas.

Apesar dos alertas sonoros e visuais, algo deu errado, e a composição se movimentou, prensando a vítima. Lourivaldo não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Relatos de Testemunhas: O Desespero na Plataforma

A cena causou pânico entre os passageiros que aguardavam na plataforma ou que já estavam dentro do trem. Gritos e correria marcaram os momentos após o acidente.

“A porta fechou, a primeira porta do desembarque dos passageiros e a porta do trem, junto com o rapaz. O trem passou por cima dele. Todo mundo começou a chorar na hora, foi desesperador. Não sei nem como mencionar na verdade, não tenho nem cabeça pra isso. Ele ficou preso entre o trem e a porta”, relatou o gestor comercial Bruno Moreira Costa à TV Globo, visivelmente abalado.

Posição da ViaMobilidade e a Investigação

A ViaMobilidade, concessionária responsável pela operação da Linha 5-Lilás, emitiu uma nota lamentando profundamente a morte do passageiro. A empresa reiterou que, segundo as informações preliminares, o passageiro tentou entrar no trem após a emissão de todos os alarmes de fechamento.

No entanto, a concessionária afirmou que todos os esforços estão concentrados na identificação formal da vítima e no suporte aos familiares. A Polícia Civil e peritos foram acionados para investigar as circunstâncias exatas do acidente. O boletim de ocorrência inicial menciona que um agente de segurança ouviu barulhos e gritos, incluindo um passageiro que teria gritado “tiro”, antes de encontrarem a vítima nos trilhos.

A operação da Linha 5-Lilás apresentou lentidão e maior tempo de parada entre as estações durante a manhã, impactada pelo acidente na estação Campo Limpo.

Análise de Especialista: Falha no Sistema?

Luis Kolle, presidente da AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), comentou o incidente. Embora reconheça a atitude inadequada do passageiro, ele ressalta que a falha do sistema de segurança deve ser apurada rigorosamente.

“A atitude do passageiro foi indevida, mas a gente não pode culpar a vítima. Houve uma fatalidade, mas é preciso pensar na melhoria do sistema, porque se aconteceu de uma pessoa ficar presa, alguma coisa no sistema falhou”, afirmou Kolle.

Segundo o especialista, em uma situação de risco como essa, o trem não deveria ter autorização para partir. Ele levanta a hipótese de falha em sensores ou no mecanismo que deveria reabrir a porta de plataforma ao detectar um obstáculo. A ViaMobilidade informou que está apurando a existência e o funcionamento de sensores entre o trem e a porta de plataforma no local.

Casos similares, onde passageiros ficam presos entre as portas de segurança e o vagão, já foram registrados em outras linhas do sistema metroviário de São Paulo, reforçando a importância da atenção aos procedimentos de segurança tanto por parte dos usuários quanto das operadoras.

Segurança em Foco

Este trágico acidente na Linha 5-Lilás na estação Campo Limpo acende um alerta sobre a segurança no transporte público e a necessidade de sistemas à prova de falhas, especialmente em horários de grande movimento. Enquanto a perícia busca respostas, a atenção se volta para a investigação das possíveis causas sistêmicas que podem ter contribuído para esta fatalidade, além da conduta do passageiro. É fundamental que usuários respeitem as orientações de segurança e que as concessionárias garantam a máxima confiabilidade de seus equipamentos e procedimentos.