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Alex Soros no Brasil: O Herdeiro de um Império Filantrópico Desvenda a Geopolítica, Trump, Lula e Big Techs

Alex Soros no Brasil: O Herdeiro de um Império Filantrópico Desvenda a Geopolítica, Trump, Lula e Big Techs

temp_image_1756131737.008248 Alex Soros no Brasil: O Herdeiro de um Império Filantrópico Desvenda a Geopolítica, Trump, Lula e Big Techs

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Alex Soros no Brasil: A Visão do Herdeiro de um Império Filantrópico sobre Política Global e Desafios Atuais

A recente visita de Alex Soros ao Brasil, à frente da poderosa Open Society Foundations (OSF), ecoou nos corredores do poder e nos debates sobre a geopolítica contemporânea. Herdeiro do império filantrópico de seu pai, o bilionário George Soros, Alex, aos 39 anos, comanda uma organização com ativos de US$ 25 bilhões, dedicada a promover causas progressistas globalmente. Em uma rara entrevista durante sua passagem por Brasília e Rio de Janeiro, ele não poupou críticas e insights sobre temas cruciais, da influência de Donald Trump na América Latina à batalha contra as big techs e o crescente antissemitismo.

Trump, Lula e a Reviravolta da Soberania Nacional

Um dos pontos mais contundentes da análise de Alex Soros é a forma como as sanções, tarifas e ameaças do ex-presidente americano Donald Trump contra o Brasil estariam, paradoxalmente, fortalecendo o atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele está tornando Lula mais popular”, afirmou Soros, rebatendo a narrativa de que o governo brasileiro deveria ceder em negociações com Trump.

“Não há nada que se possa negociar com Trump. Alguém já fez um acordo ou fez negócios com Trump e acabou se saindo bem? Fora [Vladimir] Putin e Xi Jinping?”

Para Soros, a conduta de Trump está ressignificando o conceito de soberania. Antes associado majoritariamente à direita, a defesa da soberania nacional agora se tornou uma agenda de centro e centro-esquerda, um reflexo global do comportamento desestabilizador do ex-presidente americano. Ele enfatiza que o multilateralismo, outrora visto como uma perda de autonomia, emerge como um mecanismo vital para preservar a soberania através de alianças e compartilhamento de riscos.

A Batalha Contra as Big Techs e a Soberania Digital

O poder crescente das gigantes da tecnologia (as famosas big techs) também foi um tópico central. Alex Soros criticou a pressão dos EUA contra decisões de países como o Brasil, que buscam regular a responsabilidade dessas plataformas. Ele classificou tal interferência como inaceitável, especialmente diante do status de monopólio dessas empresas.

A solução, segundo Soros, pode vir de uma aliança internacional. “Vamos precisar de um momento rooseveltiano de antitruste para que o sistema se mantenha justo”, projetou, sugerindo que blocos como o Mercosul e a União Europeia poderiam unir forças para proteger a soberania digital e os direitos dos governos de enfrentar esses conglomerados. “As big techs são, hoje, mais poderosas que países.”

Prioridades da Open Society no Brasil e Críticas à Linguagem da Esquerda

Questionado sobre as prioridades da Open Society Foundations no Brasil, Alex Soros destacou a inclusão democrática, empregos verdes e justiça climática. A fundação colabora com movimentos feministas e minorias, além de apoiar iniciativas de redução de danos e soluções comunitárias para o crime. Na Amazônia, a OSF trabalha com parceiros locais para conciliar crescimento econômico e proteção ambiental.

Em um momento de autocrítica, Soros também abordou o que considera exageros na linguagem de setores progressistas. Defensor da liberdade de expressão, ele expressou desconforto com a “cultura do cancelamento” e com o uso de termos que podem alienar o público. “Precisamos chamar as coisas como elas são, não dizer ‘progenitor gestante’ em vez de mãe”, pontuou, defendendo uma comunicação mais tangível e menos ameaçadora para as pessoas.

Antissemitismo e o Conflito em Gaza

Por fim, Alex Soros abordou a delicada questão do antissemitismo, da qual ele e seu pai são frequentemente alvos. Ele traçou uma linha clara entre a crítica a Israel e o antissemitismo, e ressaltou que judeus não devem ser responsabilizados pelo comportamento do governo israelense, assim como palestinos não devem ser pelo Hamas. Soros foi veemente ao afirmar que o que acontece em Gaza “será visto na história como um genocídio”, uma declaração que certamente gerará debates.

Apesar disso, ele alertou para a vulnerabilidade dos judeus a ataques da direita globalmente, destacando que muitos judeus nos EUA protestam contra as ações em Gaza e não querem que tais atos sejam feitos em seu nome.

A entrevista de Alex Soros oferece um panorama profundo e provocador dos desafios políticos e sociais que moldam o século XXI, reforçando a atuação de seu império filantrópico como um ator relevante no cenário global.

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