×

Anderson Torres no STF: Ex-Ministro Nega Fraude em Urnas e Esclarece Papel em Trama Golpista

Anderson Torres no STF: Ex-Ministro Nega Fraude em Urnas e Esclarece Papel em Trama Golpista

temp_image_1749567631.399365 Anderson Torres no STF: Ex-Ministro Nega Fraude em Urnas e Esclarece Papel em Trama Golpista

Anderson Torres Quebra o Silêncio no STF: Detalhes Reveladores Sobre Urnas e Trama Golpista

Em um depoimento aguardado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres trouxe sua versão dos fatos em relação às acusações que envolvem a suposta trama golpista. Nesta terça-feira (10), Torres foi interrogado e abordou temas cruciais, incluindo a segurança das urnas eletrônicas e seu envolvimento nos eventos subsequentes às eleições de 2022.

Fraude nas Urnas? “Tecnicamente Não Temos Nada”, Afirmou Torres

Um dos pontos centrais do interrogatório foi a questão das urnas eletrônicas e as alegações de fraude eleitoral que circularam amplamente após o pleito de 2022. Anderson Torres foi enfático ao declarar que, durante sua gestão no Ministério da Justiça, não foram encontrados elementos técnicos que pudessem sustentar tais alegações.

“No âmbito do Ministério da Justiça propriamente dito, sem ser através da Polícia Federal, não temos setor, nem área nenhuma que trabalhe com essa questão de urnas eletrônicas […]. Tecnicamente falando, não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim. E eu passava isso quando era questionado pelo presidente [Jair Bolsonaro] ou qualquer outra autoridade. Eu sempre passei que nós não tínhamos tecnicamente nada a dizer sobre as urnas eletrônicas”, pontuou o ex-ministro.

Ele reforçou sua posição, admitindo não possuir “conhecimento técnico nenhum a respeito do assunto” relacionado às urnas utilizadas nas eleições.

A Participação na Live de Jair Bolsonaro

Torres também comentou sua participação na live realizada pelo então presidente Jair Bolsonaro em 29 de julho de 2022. Essa transmissão foi citada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um momento de “difusão de informações falsas sobre o processo eletrônico de votação” na denúncia que originou a ação penal.

Segundo Torres, a intenção era apresentar “melhorias às urnas eletrônicas”. Para isso, ele solicitou um levantamento no Ministério da Justiça:

  • Pedidos de levantamento: “Pedi pro meu chefe de gabinete fazer um levantamento ali, no âmbito do Ministério da Justiça, para a gente avaliar algum material, alguma coisa que pudesse me instruir para participar da live.”
  • Base dos dados: “Vieram até o meu chefe de gabinete alguns relatórios produzidos pela Polícia Federal, acredito eu no teste público de segurança os peritos fazem algumas análises do sistema eleitoral e eles fazem algumas sugestões de aperfeiçoamento do sistema.”
  • Seleção do conteúdo: “Ele leu, marcou tudo o que eles entendiam que eu pudesse acrescentar numa live sobre esse assunto”, explicou Torres sobre o material preparado para a live.

É crucial notar que, conforme seu próprio relato, o material base para a live era focado em *sugestões de aperfeiçoamento* do sistema, e não em achados de fraude.

O Contexto Mais Amplo: De 8 de Janeiro à Minuta do Golpe

Além das questões eleitorais, Anderson Torres está diretamente ligado a outros episódios da investigação da suposta trama golpista. Ele ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os ataques de 8 de janeiro de 2023 e é acusado de omissão nos atos. Adicionalmente, uma das operações da Polícia Federal encontrou em sua residência a notória minuta que previa a instauração de um estado de exceção com o objetivo de reverter o resultado das eleições.

Seu interrogatório no STF ocorre em meio a uma série de oitivas determinadas pela Primeira Turma da Corte, que reservou a semana para ouvir os oito réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal. Outros nomes de relevo, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto, o delator Mauro Cid, o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, também estão sendo ou serão ouvidos nos próximos dias, trazendo novos elementos a este complexo e delicado caso político e jurídico.

A fala de Anderson Torres no STF adiciona mais uma peça ao intrincado quebra-cabeça da investigação, buscando esclarecer seu papel e conhecimento sobre os eventos que levaram à crise institucional no país.

Compartilhar: