Carla Zambelli Foragida na Itália: Interpol, Extradição e o Papel de Hugo Motta no Caso

O cerco judicial e policial está se estreitando para a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em uma invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a parlamentar fugiu do Brasil e agora é alvo de uma intensa busca na Itália. A polícia italiana, com o apoio crucial da Interpol, concentra esforços na região do Vêneto para localizar a deputada.

Alerta Vermelho da Interpol e a Busca na Itália

A inclusão de Carla Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol significa, na prática, que um alerta internacional foi emitido a 196 países membros para sua localização e detenção. A Itália, país para onde Zambelli viajou utilizando sua cidadania italiana na tentativa declarada de evitar a prisão no Brasil, aceitou a ordem da Interpol e incluiu a deputada em sua própria lista de procurados pela Justiça.

Informações de inteligência italianas repassadas às autoridades brasileiras indicam que a busca se intensifica na região do Vêneto, localizada no nordeste da Itália. Esta área é conhecida por ser a terra natal da família da deputada, com Veneza como capital e paisagens que se estendem até a fronteira com a Áustria. Fontes do governo brasileiro e da Polícia Federal expressam confiança de que a prisão de Zambelli ocorra nos próximos dias.

Pedido Formal de Extradição Protocolado pelo STF

Em um passo crucial do processo legal, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, formalizou junto ao Ministério da Justiça o pedido de extradição de Carla Zambelli. O documento detalha a condenação a 10 anos de prisão e a multa de 200 dias-multa, ressaltando que a sentença transitou em julgado. O STF alega que a deputada “comandou a invasão a sistemas institucionais utilizados pelo Poder Judiciário” de forma deliberada e planejada.

O pedido formal de retorno de Zambelli ao Brasil foi entregue pessoalmente pelo embaixador brasileiro em Roma ao Ministério das Relações Exteriores da Itália, iniciando os trâmites diplomáticos para a possível extradição.

A Complexa Situação da Defesa e a Estratégia Jurídica

A decisão de Carla Zambelli de deixar o Brasil complicou significativamente sua situação legal, mesmo para sua defesa. A Defensoria Pública da União (DPU), que assumiu o caso por determinação judicial após o advogado inicial abandonar a causa, tem enfrentado dificuldades para se comunicar com a parlamentar.

No meio jurídico, a avaliação é unânime: a fuga prejudicou qualquer tentativa de “suavizar” a forma de cumprimento da pena, como um eventual pedido de prisão domiciliar. Fontes indicam que “a fuga dela dificultou qualquer trabalho da defesa”. Agora, a principal estratégia jurídica da deputada é tentar “inviabilizar a extradição”.

O novo advogado que assumiu a defesa, Fábio Pagnozzi, explicou publicamente que o processo de extradição não é automático e envolve um momento de “diplomacia”, onde a Itália revisará o pedido. Caso não seja aceito de imediato, o caso será submetido às cortes italianas para decisão.

Contexto Político e o Papel Citado de Hugo Motta

A situação de Carla Zambelli, figura proeminente da chamada “tropa de choque bolsonarista” na Câmara, insere-se em um contexto de tensões políticas e judiciais. Nos bastidores, menciona-se que a “licença relâmpago” solicitada por Zambelli na Câmara dos Deputados teria sido uma solução articulada por Hugo Motta para tentar evitar uma crise institucional maior com o STF, diante do avanço do processo judicial contra ela.

Próximos Passos no Caso

Com a Interpol e a polícia italiana intensificando a busca no Vêneto e o pedido formal de extradição em análise pelas autoridades italianas, o futuro de Carla Zambelli na Itália permanece incerto. A decisão final sobre sua entrega ao Brasil dependerá dos trâmites legais e diplomáticos no país europeu, mantendo o caso sob grande atenção no cenário político e judicial brasileiro.