Chipre: Um Futuro Incerto em Meio a Negociações de Paz

A ilha de Chipre permanece profundamente dividida, com ambos os lados mantendo posições firmes antes da reunião expandida de cinco partes em Genebra. Este encontro crucial, que inclui representantes cipriotas turcos e gregos, juntamente com Turquia, Grécia, Reino Unido e União Europeia, busca encontrar uma solução para um conflito que se arrasta há décadas.

A Divisão Histórica de Chipre

Desde 1974, quando forças turcas invadiram e ocuparam a parte norte da ilha, Chipre tem sido palco de tensões e disputas. A autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, reconhecida apenas pela Turquia, intensificou ainda mais a divisão. A comunidade internacional, em grande parte, considera a área ocupada como parte da República de Chipre e apoia a reunificação da ilha.

Divergências e Perspectivas

Enquanto o lado cipriota grego, membro da UE, insiste em uma federação bi-zonal e bi-comunal baseada nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, o lado cipriota turco defende uma solução de dois estados. Aristos Michaelides, diretor do jornal Phileleftheros, expressa um ceticismo cauteloso, afirmando que não se espera um resultado positivo devido à grande distância entre as posições.

“Nesta fase, nenhum progresso substancial é esperado, mas medidas de fomento da confiança, como a abertura de novos pontos de passagem, podem ser propostas. Ambos os lados concordam em abrir novos pontos de passagem, embora discordem sobre quais e quando,” diz Michaelides.

A Esperança em Meio à Desconfiança

Apesar do pessimismo generalizado, persiste uma tênue esperança de que um milagre possa romper o impasse. O presidente de Chipre, Nicos Christodoulides, afirma que chega às negociações de Genebra com um plano e propostas concretas. Por outro lado, o líder cipriota turco, Ersin Tatar, enfatiza a importância das garantias da Turquia e a defesa dos direitos do povo cipriota turco.

O Passado como Lição

Após a última reunião de cinco dias em Genebra, em 2021, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, observou que “quadrar o círculo é impossível em geometria, mas é muito comum na política.” Resta saber se a política poderá, de fato, encontrar uma solução onde a geometria falhou, trazendo paz e estabilidade duradoura para Chipre.