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eleições na bolívia

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Eleições na Bolívia: O Fim de uma Era e a Disputa pelo Futuro do País

Um capítulo crucial da história política boliviana está sendo escrito. Neste domingo, mais de 7,5 milhões de eleitores têm em suas mãos o poder de redefinir o rumo do país em uma das eleições na Bolívia mais imprevisíveis das últimas décadas. Após mais de 20 anos de hegemonia, o Movimento ao Socialismo (MAS) chega às urnas fragmentado, abrindo espaço para um cenário de incerteza e potencial mudança radical.

A grande questão que paira sobre o país andino é: estamos testemunhando o fim da era do MAS? Com figuras históricas como Evo Morales e o atual presidente Luis Arce fora da disputa, a corrida presidencial está totalmente em aberto.

O que está em jogo nestas eleições?

  • A Presidência e a Vice-Presidência da República.
  • A renovação completa do Legislativo, com 130 deputados e 36 senadores.
  • O modelo econômico e social do país para os próximos anos.

A Esquerda Dividida: O Racha no MAS

O protagonista da política boliviana desde 2006, o MAS, enfrenta sua maior crise interna. A ausência de seus dois maiores líderes na cédula é o sintoma de um racha profundo. De um lado, o ex-presidente Evo Morales, impedido pela Justiça de concorrer novamente, chegou a pedir que seus apoiadores anulassem o voto, um golpe direto na estratégia do partido. Do outro, Luis Arce, que rompeu com seu mentor político, optou por não buscar a reeleição.

Essa divisão pulverizou o voto da esquerda em dois candidatos com pouca expressão nas pesquisas: o senador Andrónico Rodríguez e o ex-ministro Eduardo del Castillo. Ambos patinam nas intenções de voto, tornando quase impossível a chegada do MAS ao segundo turno.

Quem são os Favoritos para Liderar a Bolívia?

Com a esquerda em crise, a direita e o centro avançam como favoritos. Dois nomes experientes se destacam na liderança das pesquisas, polarizando a disputa.

Samuel Doria Medina: A Aposta Empresarial

Em sua quarta tentativa de chegar à presidência, o empresário Samuel Doria Medina, da coalizão Alianza Unidad, lidera algumas pesquisas. Dono de grandes franquias de fast-food no país, seu discurso foca na economia. A principal promessa é ousada: resolver a grave escassez de dólares e combustível que assola a Bolívia em apenas 100 dias de governo.

Jorge “Tuto” Quiroga: A Promessa de Ruptura

Empatado tecnicamente com Doria Medina, o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (2001-2002) representa uma proposta de mudança radical. Sua plataforma direitista inclui um plano controverso de privatizar todas as empresas estatais bolivianas, prometendo uma ruptura completa com o modelo de governo do MAS.

O Cenário Incerto das Pesquisas e o Voto de Protesto

As pesquisas de intenção de voto, como as dos institutos Ipsos-Ciesmori e Atlas/Intel, mostram um equilíbrio de forças entre Doria Medina e Quiroga, com uma leve vantagem variando entre eles. No entanto, um dado chama a atenção e pode ser decisivo: o alto percentual de eleitores que pretendem votar em branco ou anular. Esse número, que em alguns levantamentos supera a intenção de voto do terceiro colocado, reflete a insatisfação popular e adiciona uma camada extra de imprevisibilidade ao resultado final.

O processo de votação é realizado em cédulas de papel, e a contagem manual dos votos será acompanhada de perto por observadores nacionais e internacionais. Os resultados preliminares são esperados para a noite de domingo, mas a proclamação oficial pelo Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia pode levar alguns dias. O futuro político da Bolívia está em aberto, e o resultado das urnas definirá se o país aprofunda suas políticas de esquerda ou embarca em uma nova direção.

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