Erika Hilton Contrata Maquiadores como Assessores e Gera Debate Político

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) está no centro de um debate após a confirmação da contratação de duas pessoas conhecidas por seu trabalho como maquiadores para compor sua equipe de assessores parlamentares em Brasília. A notícia, inicialmente divulgada pelo site Metrópoles e confirmada pela Folha de S.Paulo, levantou questionamentos sobre o uso da verba de gabinete.

Quem São os Assessores?

Os assessores em questão são Ronaldo Hass e Indy Montiel. Ambos possuem um histórico no ramo da beleza e frequentemente divulgam trabalhos de maquiagem em suas redes sociais, inclusive usando a própria deputada Erika Hilton como modelo em algumas ocasiões. As contratações ocorreram recentemente: Hass foi nomeado secretário parlamentar no fim do ano passado, passando por remanejamentos de cargo que o levaram a uma remuneração atual de aproximadamente R$ 9.700, conforme dados do sistema de transparência da Câmara dos Deputados.

Indy Montiel também foi contratado no fim do ano passado e teve um remanejamento para seu posto atual, com remuneração que, em maio, foi de cerca de R$ 2.100. Os dados salariais são públicos e foram extraídos dos sistemas da Câmara. Curiosamente, registros de trabalhos de maquiagem de Hass (fevereiro) e Montiel (maio) na deputada coincidem com períodos em que já atuavam como assessores parlamentares.

A Defesa da Deputada

Diante da repercussão, Erika Hilton utilizou suas redes sociais para esclarecer a situação e rebater as críticas. Ela enfatizou que a função principal de Hass e Montiel não é a de maquiadores pagos com verba pública. Segundo a deputada, ambos exercem funções típicas de secretários parlamentares, como:

• Realização de briefings e relatórios.
• Acompanhamento de notícias e pautas relevantes.
• Articulação política, especialmente em temas relacionados à comunidade LGBTQIA+.

Eu não contrato maquiador com verba de gabinete. Conheci eles como maquiadores, identifiquei outros talentos e os chamei para trabalhar comigo. Quando podem, fazem minha maquiagem e eu os credito por isso. Mas se não fizessem, continuariam sendo meus secretários parlamentares.

— Erika Hilton

A deputada reforçou que as contratações se baseiam nas habilidades e na qualificação dos profissionais para as atividades de gabinete, independentemente de suas outras profissões. Ela mencionou, por exemplo, que Ronaldo Hass a acompanha em compromissos políticos em São Paulo, enquanto Indy Montiel auxilia na agenda em Brasília.

Repercussão e Resposta Final

As contratações geraram críticas por parte de adversários políticos, que questionaram a necessidade e adequação de ter pessoas conhecidas primeiramente por suas habilidades de beleza em cargos de assessoria parlamentar. Em resposta, Erika Hilton declarou que vê as críticas como parte de uma perseguição direcionada a ela e a outras pessoas trans eleitas para o Congresso, como Duda Salabert.

Ela reiterou a confiança em sua equipe, destacando a qualificação de seus assessores para o trabalho político e parlamentar. A situação reacende o debate sobre transparência, uso da verba pública e os critérios de contratação em gabinetes legislativos, ao mesmo tempo em que Erika Hilton defende a liberdade de compor sua equipe com profissionais que, segundo ela, possuem múltiplos talentos e são essenciais para o bom funcionamento de seu mandato.