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Escândalo do INSS: Como Nomes da CPI da Covid Reaparecem em Fraude Bilionária

Escândalo do INSS: Como Nomes da CPI da Covid Reaparecem em Fraude Bilionária

temp_image_1747142573.117733 Escândalo do INSS: Como Nomes da CPI da Covid Reaparecem em Fraude Bilionária

Ligações Perigosas: Da CPI da Covid à Fraude no INSS

Conexões chocantes vêm à tona em meio a investigações de uma fraude bilionária que lesou aposentados e pensionistas do INSS. Nomes que estiveram no centro das atenções durante a CPI da Covid, um dos momentos mais intensos da política brasileira recente, agora reaparecem em um novo e vultoso esquema. A trama levanta sérias suspeitas sobre a continuidade de práticas ilícitas que drenam recursos públicos.

Dois indivíduos em particular, conhecidos por sua participação nos debates da extinta comissão parlamentar de inquérito, chamaram a atenção dos senadores: Maurício Camisotti e Danilo Trento. Suas trajetórias parecem cruzar novamente, agora no âmbito da fraude estimada em R$ 6,3 bilhões que atingiu o Instituto Nacional do Seguro Social entre 2019 e 2024.

Maurício Camisotti: Do Financiamento da Covaxin à Fraude no INSS

A figura de Maurício Camisotti é central nas investigações atuais sobre a fraude no INSS. Segundo a Polícia Federal, ele é considerado sócio oculto da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), uma das entidades sob suspeita de envolvimento no esquema que gerou um prejuízo estarrecedor. O faturamento da Ambec, que somou R$ 178 milhões no período investigado, e as mais de 2 mil reclamações registradas contra ela, acendem um forte alerta.

O que torna o caso ainda mais intrigante é o histórico de Camisotti. Durante a CPI da Covid, ele foi apontado como personagem chave e financiador oculto na polêmica negociata das vacinas Covaxin com a Índia, intermediada pela empresa Precisa Medicamentos. A transferência de R$ 18 milhões para a Precisa, que negociaria a vacina superfaturada, colocou seu nome sob os holofotes da comissão.

Para os investigadores, o mais perturbador é a aparente simultaneidade dos movimentos de Camisotti em direção a órgãos públicos distintos. Enquanto a CPI da Covid estava em pleno funcionamento em 2021, investigando o escândalo das vacinas, a Ambec (à qual Camisotti seria sócio) assinava um acordo de cooperação técnica com o INSS, permitindo descontos diretos na folha de pagamentos de aposentados.

Em nota, a defesa de Maurício Camisotti nega as acusações, afirmando que são “infundadas” e que ele possui um histórico comprovado de 30 anos de atuação no ramo de benefícios de saúde, tendo realizado projetos que beneficiaram milhões de pessoas. A defesa também refuta qualquer participação ou financiamento na compra de vacinas pela Precisa, mencionando a aquisição de testes de COVID como uma transação normal.

Danilo Trento: Da Indiciação na CPI à Companhia Suspeita no Aeroporto

Outro nome que ecoou nos corredores da CPI da Covid e agora ressurge é o de Danilo Trento. Em 2021, a comissão o indiciou por integrar uma “organização criminosa” focada em fraude em licitações, citando sua viagem à Índia no contexto das negociações da Covaxin.

No âmbito da fraude no INSS, Trento apareceu em imagens de câmeras de segurança no aeroporto de Congonhas, circulando em áreas restritas. Ele estava na companhia de um agente da Polícia Federal, Philipe Roters Coutinho, e do então procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho – ambos afastados por suspeita de envolvimento no esquema. A descoberta de US$ 200 mil na casa do policial federal, aliado às imagens, levanta a hipótese de que Trento estaria envolvido na movimentação de valores ilícitos.

As investigações apontam que Trento teria atuado diretamente junto ao ex-procurador no esquema que drenou bilhões do INSS, e que o agente da PF possivelmente atuava como “escolta” para facilitar o trânsito da dupla com o dinheiro. Tanto o agente quanto o ex-procurador-geral do INSS foram afastados de suas funções.

CPMI à Vista? O Congresso Pressiona por Respostas

Diante da gravidade e da escala da fraude bilionária no INSS, que impacta diretamente a vida de milhões de beneficiários, a oposição no Congresso Nacional já protocolou um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). A iniciativa busca garantir uma investigação aprofundada sobre o esquema e responsabilizar todos os envolvidos nesta nova camada de corrupção que se revela no país.

Conclusão

A surpreendente conexão entre nomes proeminentes da CPI da Covid e a investigação da fraude bilionária no INSS lança luz sobre as complexas e possivelmente interligadas redes de desvio de recursos públicos no Brasil. Enquanto as autoridades aprofundam as apurações sobre este novo escândalo que afeta a segurança social, a sociedade aguarda respostas e a devida responsabilização dos envolvidos nesta triste repetição de eventos.

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