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Flávio Dino Aciona PF: O Alerta Sobre a Perigosa ‘Conexão Nepal’ e Ameaças ao STF

Flávio Dino Aciona PF: O Alerta Sobre a Perigosa ‘Conexão Nepal’ e Ameaças ao STF

temp_image_1757712871.458253 Flávio Dino Aciona PF: O Alerta Sobre a Perigosa 'Conexão Nepal' e Ameaças ao STF

Flávio Dino Aciona PF: O Alerta Sobre a Perigosa ‘Conexão Nepal’ e Ameaças ao STF

A política brasileira vive momentos de alta tensão, com o julgamento de figuras políticas importantes no Supremo Tribunal Federal (STF) e uma onda de mensagens preocupantes nas redes sociais. Em meio a esse cenário, o ministro Flávio Dino protocolou uma representação junto à Polícia Federal (PF), alertando sobre postagens que incitam ataques letais aos ministros do STF e seus familiares, além da destruição da sede da Corte. O ponto central dessa agitação? Uma peculiar e perigosa alusão aos recentes protestos no Nepal.

O Grito de Alerta de Flávio Dino e a ‘Conexão Nepal’

Na representação encaminhada à Polícia Federal, Flávio Dino destaca que “entre os traços que chamam atenção, há uma constante alusão a eventos ocorridos no ‘Nepal’, o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação”. Esta observação surge em um contexto onde o Supremo Tribunal Federal conclui o julgamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus no caso da tentativa de golpe de Estado, elevando a polarização no país.

A preocupação do ministro não é infundada. Após seu voto no julgamento, Dino relata ter sido alvo de “graves ameaças contra a minha vida e integridade física, veiculadas via internet”. As postagens, muitas delas, faziam referências diretas aos distúrbios no Nepal, buscando incitar uma resposta violenta similar no Brasil.

O Cenário no Nepal: Entenda a Comparação

Para compreender a “conexão Nepal” nas redes brasileiras, é fundamental saber o que aconteceu no país asiático. Em um período recente, o Nepal foi palco de uma intensa onda de protestos liderada por jovens, motivados por uma proibição governamental do uso de redes sociais, corrupção generalizada e poucas oportunidades econômicas. Esses distúrbios resultaram na renúncia do então primeiro-ministro KP Sharma Oli e, tragicamente, na morte de dezenas de pessoas.

Essa narrativa de “revolta popular” foi rapidamente cooptada por grupos de direita no Brasil, que a usaram para expressar o desejo de uma revolta similar contra o STF, sob a alegação de “ditadura” e “silenciamento da população”.

A Escalada da Incitação nas Redes Sociais Brasileiras

Um levantamento da plataforma de escuta social Palver, que monitora mais de 100 mil grupos públicos no WhatsApp, revela a explosão do tema “Nepal” nas conversas online. As menções, que eram insignificantes, dispararam para centenas a cada 100 mil mensagens em poucos dias, coincidindo com momentos-chave do julgamento no STF, como o voto do ministro Luiz Fux.

Paralelos Perigosos e Narrativas Distorcidas

Luis Fakhouri, co-fundador da Palver, aponta que o principal elemento observado é a “tentativa de comparação entre elementos do Nepal e do Brasil”. Nos grupos de direita, proliferam vídeos e imagens com narrativas como: “‘No Nepal, é um governo comunista, no Brasil é um governo comunista’. ‘No Nepal, eles tentaram silenciar a população, aqui no Brasil eles tentam silenciar a população’. ‘No Nepal, um ditador tirou a liberdade de expressão do povo. No Brasil, temos um ministro ditador'”.

Essas mensagens, conforme Fakhouri, visam criar uma atmosfera propícia para que as pessoas “tomem as ruas e criem um caos parecido com o observando no Nepal”, incitando a violência como “a única forma de combater um governo ditador”.

Implicações e Ações Legais

As ameaças e a incitação à violência têm sérias implicações legais. O ministro Flávio Dino ressalta que tais fatos “podem deflagrar outros eventos violentos contra pessoas e o patrimônio público”, lembrando ataques anteriores à sede do STF. A representação à PF visa investigar crimes como coação no curso do processo e incitação ao crime, conforme o Código Penal Brasileiro.

A gravidade da situação levou o Partido dos Trabalhadores (PT) a acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO). Segundo o PT, postagens dos parlamentares sobre o Nepal “configuram clara tentativa de insuflar nova ruptura democrática e incentivar atos de desobediência civil com potencial de resultar em violência política, caos institucional e graves violações de direitos humanos”.

Nikolas Ferreira publicou vídeos sobre os protestos do Nepal com comentários como “O povo do Nepal cansou…” e “Menos um regime comunista no mundo. Amém”. Já Gustavo Gayer retuitou uma postagem afirmando: “Quando a população se levanta, nada fica em pé, absolutamente nada. O Nepal está dando uma demonstração de que tudo tem limite.”

Um Alerta à Democracia

A “conexão Nepal” nas redes sociais brasileiras, amplificada por figuras públicas e grupos organizados, representa um grave risco à estabilidade democrática e à segurança das instituições. A ação de Flávio Dino e as investigações em curso sublinham a importância de combater a desinformação e a incitação à violência, protegendo o Estado Democrático de Direito contra tentativas de desestabilização inspiradas em narrativas estrangeiras e distorcidas.

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