×

General Heleno Mantém Silêncio Estratégico em Depoimento ao STF sobre Tentativa de Golpe

General Heleno Mantém Silêncio Estratégico em Depoimento ao STF sobre Tentativa de Golpe

temp_image_1749570446.070648 General Heleno Mantém Silêncio Estratégico em Depoimento ao STF sobre Tentativa de Golpe

General Heleno Mantém Silêncio Estratégico em Depoimento ao STF sobre Tentativa de Golpe

Em um momento crucial das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), optou por uma estratégia de silêncio durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Convocado no âmbito da ação penal que apura as articulações para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022, o STF ouviu o general da reserva, que, contudo, decidiu exercer seu direito constitucional de permanecer calado diante da maioria dos questionamentos.

O Silêncio Diante de Alexandre de Moraes

A postura de Augusto Heleno foi clara: responder apenas às perguntas iniciais e, posteriormente, somente aos questionamentos de sua própria defesa. Ele se negou a responder ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, sobre diversos pontos sensíveis levantados pela investigação. Entre os tópicos que ficaram sem resposta do general, destacam-se:

  • A existência e o conteúdo de uma agenda encontrada com um possível roteiro para o golpe.
  • O teor de declarações e diálogos atribuídos a ele em conversas, inclusive com Jair Bolsonaro.
  • O planejamento de um ‘gabinete’ a ser formado após uma eventual ruptura institucional, no qual ele próprio seria o chefe.

O direito ao silêncio é uma garantia legal para que o depoente não produza provas contra si. Moraes, no entanto, registrou formalmente todos os questionamentos não respondidos pelo general Heleno.

A Versão Apresentada à Defesa

Em contraste com a falta de respostas a Moraes, o general Heleno se mostrou mais aberto ao ser interrogado por seu advogado. Para a defesa, ele negou qualquer envolvimento em crimes e afirmou não compreender os motivos de sua denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Sobre as reuniões e declarações de cunho político, ele negou qualquer intenção golpista, declarando que as decisões políticas dentro do GSI eram restritas a ele e seus assessores, sem o uso da estrutura ou servidores para atividades partidárias. Ele também abordou:

  • A polêmica fala sobre a Abin: Negou a intenção de ‘infiltrar’ agentes nas campanhas de 2022, explicando que a ideia era apenas monitorar de perto o processo eleitoral para evitar problemas.
  • A declaração sobre ‘virar a mesa’: Afirmou que a frase não se referia às urnas eletrônicas, mas sim à necessidade de ações urgentes diante da situação política do país, antes que trouxesse maiores problemas para o sucesso das eleições.

O general também confirmou à defesa possuir uma agenda de anotações, embora, segundo seu advogado, o caderno não tenha sido localizado entre os materiais anexados aos autos. Ele reafirmou sua posição a favor do voto impresso, mas declarou ter ‘tido que aceitar’ o resultado de 2022, negando ter propagado fraudes em suas redes sociais. Heleno finalizou reiterando que ‘jogar dentro das quatro linhas’ da Constituição era um lema do governo Bolsonaro e que reverter resultados eleitorais seria ‘quase impossível’.

Um Precedente de Silêncio

Esta não é a primeira vez que o general Augusto Heleno opta pelo silêncio em investigações sobre o tema. Em fevereiro, ele já havia permanecido calado em depoimento à Polícia Federal. Sua postura no STF adiciona um novo elemento ao complexo cenário político-jurídico que busca esclarecer os fatos relacionados à tentativa de subverter a ordem democrática no Brasil.

Compartilhar: