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Geraldo Alckmin no Centro do Furacão: Da Guerra Comercial com os EUA à Defesa de Moraes

Geraldo Alckmin no Centro do Furacão: Da Guerra Comercial com os EUA à Defesa de Moraes

temp_image_1753975993.0288 Geraldo Alckmin no Centro do Furacão: Da Guerra Comercial com os EUA à Defesa de Moraes

Em um cenário político e econômico cada vez mais complexo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, assume um papel de protagonismo absoluto. De um lado, ele comanda a delicada negociação com os Estados Unidos frente a um novo e agressivo pacote de tarifas. Do outro, posiciona-se como um defensor da soberania nacional em meio a uma crise institucional. Mas, afinal, como Alckmin está gerenciando essas frentes de batalha?

O “Tarifaço” dos EUA: Uma Ameaça à Economia Brasileira

A recente decisão do governo americano de elevar para 50% as tarifas sobre uma vasta gama de produtos brasileiros acendeu o alerta em Brasília. Longe de se dar por vencido, Geraldo Alckmin foi claro ao afirmar em entrevista: “A negociação não terminou hoje, ela começa hoje”. A declaração sinaliza uma postura firme do Brasil, que buscará reverter ou mitigar os danos da medida.

Segundo o vice-presidente, a medida é um clássico “perde-perde”, prejudicando o Brasil ao impactar empregos e o crescimento, enquanto encarece produtos essenciais para o consumidor americano. A estratégia brasileira agora se divide em três pilares: negociar incansavelmente, buscar mercados alternativos e apoiar os setores mais vulneráveis.

Quem Ganha e Quem Perde com as Novas Regras?

Apesar do susto inicial, nem tudo é negativo. Uma lista com quase 700 exceções poupou cerca de 43% das exportações brasileiras para os EUA, beneficiando setores estratégicos como o aeronáutico e o energético. Contudo, a preocupação central reside nos 35,9% de produtos que serão diretamente afetados. O governo detalha o cenário da seguinte forma:

  • Produtos Isentos: Cerca de 45% das exportações foram retiradas da lista de taxação pelos EUA.
  • Setores Já Taxados: Aço e alumínio, que já possuíam uma alíquota de 50%, não sofreram novas alterações.
  • Automotivo: O setor de automóveis e autopeças mantém a tarifa de 25%, aplicada globalmente pelos EUA.
  • Setores em Alerta: Pescado, mel, frutas como a manga, e a carne bovina estão entre os mais atingidos, além da indústria de transformação, que tem grande foco no mercado americano.

Alckmin destacou o caso do café, afirmando que os EUA “precisam do nosso café arábica” e que o governo trabalhará para reduzir a tarifa sobre o produto, um dos símbolos da exportação nacional.

Crise Institucional: Alckmin em Defesa da Soberania Nacional

Paralelamente à batalha comercial, Geraldo Alckmin também se manifestou sobre as sanções americanas impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ecoando a posição do presidente Lula, o vice-presidente classificou a interferência externa no Judiciário brasileiro como “inaceitável”.

“Ninguém vai ficar desamparado”, afirmou Alckmin, reforçando a defesa da separação de poderes e da soberania do país. Essa postura alinha o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal contra o que consideram uma afronta externa, colocando o vice-presidente em uma posição de articulador-chave também na arena política.

O Papel de Alckmin no Governo Lula

Os episódios recentes consolidam Geraldo Alckmin não apenas como uma figura de peso na economia, à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mas também como um pilar de estabilidade e defesa institucional do governo. Seja na diplomacia comercial ou na blindagem política, o vice-presidente demonstra ser uma peça central no complexo xadrez que o Brasil enfrenta no cenário global e doméstico.

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