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Hugo Motta Afastamento: Presidente da Câmara Pede Punição a Deputados e Aprofunda Crise

Hugo Motta Afastamento: Presidente da Câmara Pede Punição a Deputados e Aprofunda Crise

temp_image_1754714450.05927 Hugo Motta Afastamento: Presidente da Câmara Pede Punição a Deputados e Aprofunda Crise

Crise na Câmara: Hugo Motta Pede Afastamento de Deputados Após Obstrução Histórica

O cenário político em Brasília atingiu um novo pico de tensão. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tomou uma medida drástica que pode resultar no afastamento de mais de uma dezena de deputados da oposição. A decisão é uma resposta direta a um protesto que paralisou o plenário por cerca de 30 horas, um episódio que testou os limites da autoridade da presidência da Casa.

Em um gesto de força, Motta encaminhou as denúncias contra os parlamentares para a Corregedoria Parlamentar. A medida, descrita por ele como “pedagógica”, busca restabelecer a ordem e evitar que atos de obstrução se repitam. Mas o que motivou essa reação e quem são os alvos dessa punição exemplar? Entenda os detalhes a seguir.

O Estopim: 30 Horas de Paralisação e Exigências da Oposição

A crise começou quando um grupo de deputados, majoritariamente bolsonaristas, ocupou fisicamente o plenário, impedindo a realização de qualquer sessão. A manifestação, que durou mais de um dia, tinha pautas claras: pressionar pela votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e pelo avanço do projeto que propõe o fim do foro privilegiado. A ação ocorreu logo após a notícia da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, intensificando a temperatura política.

“O que aconteceu foi algo muito grave. Não se pode permitir que um grupo de parlamentares ocupe fisicamente o plenário com o intuito de impedir o andamento dos trabalhos”, afirmou Hugo Motta em entrevista, justificando a necessidade de uma resposta firme.

Quem Está na Mira? A Lista dos Deputados sob Risco de Afastamento

A representação enviada à Corregedoria mira ao menos 14 congressistas, que podem enfrentar uma suspensão de mandato de até seis meses. Entre os nomes mais proeminentes, apontados como os casos mais graves, estão:

  • Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS): Acusados de sentar nas cadeiras da Mesa Diretora e impedir que o próprio presidente da Casa conduzisse a sessão.
  • Zé Trovão (PL-SC): Denunciado por obstruir fisicamente a passagem de Hugo Motta, colocando a perna à sua frente.
  • Outros nomes de peso: A lista inclui figuras conhecidas da oposição como Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ) e Marco Feliciano (PL-SP).

Curiosamente, a deputada Camila Jara (PT-MS), da base governista, também será analisada pela Corregedoria por ter empurrado o deputado Nikolas Ferreira durante a confusão. No entanto, seu caso é tratado à parte, pois não se enquadra na obstrução dos trabalhos legislativos.

Qual o Caminho da Punição? Entenda os Próximos Passos

O processo para um eventual afastamento segue um rito acelerado, definido ainda na gestão de Arthur Lira. Veja como funciona:

  1. Corregedoria Parlamentar: Tem 48 horas para analisar as denúncias e emitir um parecer.
  2. Mesa Diretora: Se o parecer for favorável à punição, a Mesa o encaminha ao Conselho de Ética.
  3. Conselho de Ética: Tem três dias úteis para votar os pedidos de suspensão. Se não houver recurso ao plenário, a decisão é confirmada.
  4. Punição: Os parlamentares podem ter seus mandatos suspensos por até seis meses, conforme previsto no Regimento Interno da Câmara.

Jogo de Poder: Um Gesto para Reafirmar Autoridade

Nos bastidores, a decisão de Hugo Motta pelo afastamento dos deputados é vista como um movimento crucial para reafirmar sua autoridade, que foi publicamente desafiada quando ele foi impedido de ocupar a cadeira da presidência. O episódio foi interpretado como uma desmoralização, e a resposta dura serve para enviar uma mensagem clara: o comando da Casa não tolerará quebras de decoro que paralisem o poder legislativo.

Enquanto a oposição acusa a medida de autoritária, aliados do presidente a defendem como essencial para a governabilidade e o respeito institucional. O desenrolar dessa crise definirá não apenas o futuro dos parlamentares envolvidos, mas também o equilíbrio de forças no Congresso Nacional nos próximos meses.

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