×

Irã Afirma Possuir Tesouro de Inteligência sobre Programa Nuclear de Israel em Meio à Tensão Crescente

Irã Afirma Possuir Tesouro de Inteligência sobre Programa Nuclear de Israel em Meio à Tensão Crescente

temp_image_1749576406.725253 Irã Afirma Possuir Tesouro de Inteligência sobre Programa Nuclear de Israel em Meio à Tensão Crescente

Irã Afirma Possuir Tesouro de Inteligência sobre Programa Nuclear de Israel em Meio à Tensão Crescente

Em um movimento que promete acirrar ainda mais as tensões regionais, o Irã declarou publicamente possuir um vasto acervo de informações sobre o programa nuclear de Israel. A afirmação, feita pelo ministro da Inteligência iraniano, surge em um momento crítico, poucos dias após um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) destacar o avanço do próprio programa nuclear iraniano.

A Reivindicação Controversa do Irã

Segundo Esmail Khatib, ministro da Inteligência do Irã, o ministério sob seu comando teria adquirido um “importante tesouro de inteligência estratégica, operacional e científica” relacionado a Israel. Esta coleta de dados, que Khatib atribuiu a uma “ajuda divina”, incluiria milhares de documentos detalhando informações sobre o programa nuclear israelense, além de dados sobre países como Estados Unidos e nações europeias. Apesar da grandiosidade da alegação, nenhuma prova concreta foi apresentada publicamente até o momento.

Khatib, que já foi alvo de sanções pelo Tesouro dos EUA por atividades de espionagem cibernética, indicou que os documentos seriam divulgados em breve. Ele mencionou que o material foi obtido por meio de infiltração e acesso direto a fontes, mas manteve sigilo sobre os métodos específicos e o conteúdo detalhado dos arquivos.

Contexto: A Operação Israelense de 2018

A declaração iraniana ecoa, em tom de resposta, uma ação audaciosa de Israel revelada em 2018. Naquela época, o então primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que agentes do Mossad (a renomada agência de inteligência de Israel) haviam conseguido remover clandestinamente cerca de meia tonelada de documentos confidenciais sobre o programa nuclear do Irã de um depósito em Teerã. Esses documentos foram subsequentemente utilizados pelo governo americano, sob a gestão de Donald Trump, para justificar a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 (o JCPOA).

O Programa Nuclear Iraniano Sob Escrutínio

A reivindicação iraniana ocorre enquanto o país enfrenta crescente pressão diplomática internacional. O recente relatório da AIEA aponta que o Irã continua enriquecendo urânio a níveis alarmantemente próximos ao necessário para a produção de armas nucleares (atualmente a 60% de pureza) e já acumulou material suficiente para potencial fabricação de múltiplas ogivas.

No momento, o Conselho de Governadores da AIEA se prepara para uma nova rodada de discussões sobre as atividades iranianas. Espera-se que potências ocidentais proponham uma censura formal a Teerã por sua falta de cooperação em esclarecer pontos pendentes sobre seu programa atômico. Uma censura formal pela AIEA poderia escalar a questão para o Conselho de Segurança da ONU, potencialmente levando ao reestabelecimento de sanções internacionais pesadas contra o Irã, conforme previsto no mecanismo de reversão do acordo de 2015.

O Irã, por sua vez, sinalizou que rejeitará novas propostas de acordo, após várias rodadas de negociações nucleares fracassadas.

Implicações e o Futuro Incerto

Especialistas alertam que a persistente ausência de um acordo e o agravamento das tensões podem aprofundar a crise econômica no Irã e aumentar o risco de instabilidade interna. Paralelamente, a possibilidade de ações militares preventivas por parte de Israel ou dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas permanece uma ameaça real, especialmente se Teerã decidir interromper sua cooperação com a AIEA e avançar decisivamente rumo ao desenvolvimento de armamento nuclear. A troca de alegações sobre capacidades de inteligência apenas adiciona mais uma camada de complexidade e perigo a este delicado tabuleiro geopolítico no Oriente Médio.

Compartilhar: