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Jair Bolsonaro Foi Preso? Desvendando as Controversas Detenções que Moldaram Sua Trajetória

Jair Bolsonaro Foi Preso? Desvendando as Controversas Detenções que Moldaram Sua Trajetória

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Jair Bolsonaro Foi Preso? Desvendando as Controversas Detenções que Moldaram Sua Trajetória

A pergunta “Jair Bolsonaro foi preso?” ecoa frequentemente em debates e pesquisas online, gerando curiosidade sobre o passado do ex-presidente. Embora a resposta não seja um simples “sim” ou “não” como se esperaria de uma prisão criminal comum, a trajetória de Jair Messias Bolsonaro na vida militar foi, de fato, marcada por eventos que o privaram de liberdade e, paradoxalmente, impulsionaram sua visibilidade pública. Vamos explorar as duas ocasiões mais notáveis que geraram manchetes e moldaram o futuro de um dos políticos mais polarizadores do Brasil.

A Primeira Vez: A Detenção Disciplinar por Desafiar o Sistema (1986)

Em 3 de setembro de 1986, jornais como a Folha de S.Paulo e O Globo publicaram pequenas notas que, à época, pareceram insignificantes: “Capitão é punido com 15 dias de reclusão” ou “Preso o capitão que escreveu em revista semanal”. O nome do protagonista era Jair Messias Bolsonaro, então um desconhecido capitão do Exército.

A “prisão” em questão era uma detenção disciplinar de 15 dias, imposta após Bolsonaro publicar um artigo na revista Veja (Editora Abril) intitulado “O salário está baixo”. No texto, ele criticava abertamente a baixa remuneração dos militares, desafiando a hierarquia e as normas do Exército que proibiam manifestações políticas e a discussão de assuntos militares na imprensa. Este ato de “indisciplina” e “deslealdade”, como ele próprio admitiu mais tarde à Justiça Militar, foi sua primeira experiência de privação de liberdade por desrespeitar as regras militares.

Embora modesta, essa punição serviu como um inesperado catalisador para a carreira de Bolsonaro. A solidariedade de militares e os protestos de esposas de oficiais atraíram a atenção da imprensa, colocando o capitão no centro das atenções e pavimentando o caminho para sua futura vida política.

Acusações Explosivas e um Julgamento Controvers: O “Plano de Bombas” (1987-1988)

A notoriedade recém-adquirida não demorou a gerar novas polêmicas. Em outubro de 1987, a revista Veja publicou uma reportagem bombástica, assinada pela jornalista Cássia Maria, revelando um suposto plano de Bolsonaro e um colega, Fábio Passos, para explodir bombas em quartéis e outras instalações militares no Rio de Janeiro, incluindo a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

A matéria, que incluía detalhes sobre como construir uma bomba-relógio e croquis atribuídos a Bolsonaro, visava pressionar o governo por melhores salários e expor a fraqueza do então ministro do Exército. Bolsonaro negou veementemente as acusações, alegando que a reportagem era uma farsa.

O caso levou à instauração de um Conselho de Justificação, que inicialmente concluiu que Bolsonaro havia mentido e que o plano das bombas era real, recomendando seu afastamento das Forças Armadas. No entanto, o processo foi parar no Superior Tribunal Militar (STM). A advogada Elizabeth Diniz Souto, renomada por atuar em defesas de presos políticos na ditadura, assumiu o caso.

Souto construiu sua defesa em torno da desqualificação dos croquis como prova irrefutável, argumentando a impossibilidade de determinar sua autoria e invocando o princípio do in dubio pro reo (na dúvida, a favor do réu). Após um julgamento tenso, marcado por duras críticas à imprensa, o STM, por 9 votos a 4, absolveu Bolsonaro e Fábio Passos em 16 de junho de 1988.

As Implicações da Absolvição

  • Reintegração ao Exército: Bolsonaro foi reintegrado às Forças Armadas, embora por um breve período.
  • Impulso Político: A notoriedade alcançada com o julgamento, tanto pelas acusações quanto pela absolvição, o catapultou definitivamente para a política. Quatro meses depois, ele seria eleito vereador do Rio de Janeiro.
  • Legado Controvers: O episódio das bombas continua sendo um ponto de controvérsia em sua biografia, debatido em obras como o livro “O Cadete e o Capitão” de Luiz Maklouf Carvalho (Editora Todavia).

Conclusão: Da Detenção Disciplinar à Ascensão Política

Então, “Jair Bolsonaro foi preso”? Sim, ele foi detido disciplinarmente em 1986 por 15 dias, e enfrentou um complexo julgamento militar em 1988 por acusações de planejamento de atos de sabotagem, do qual foi absolvido. Esses episódios, que começaram como pequenas notas de rodapé em jornais ou escândalos militares, transformaram-se em momentos decisivos que moldaram a imagem pública e o destino de Jair Bolsonaro, pavimentando seu caminho para o Congresso Nacional e, eventualmente, à Presidência da República.

A compreensão desses eventos é fundamental para entender a trajetória política do ex-presidente e a complexidade de sua figura pública. Para mais informações e aprofundamento, consulte fontes confiáveis como a BBC News Brasil, que cobre extensivamente esses e outros capítulos da política brasileira.

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