×

Manifestação Bolsonarista: Entre a Pressão por Anistia e o Risco de Esvaziamento

Manifestação Bolsonarista: Entre a Pressão por Anistia e o Risco de Esvaziamento

temp_image_1754223105.037499 Manifestação Bolsonarista: Entre a Pressão por Anistia e o Risco de Esvaziamento

As ruas se preparam para mais um capítulo da polarização política no Brasil. Sob o lema “Reaja, Brasil”, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro convocam uma nova manifestação em diversas cidades do país. No entanto, o que deveria ser uma demonstração de força, vive um dilema interno: o otimismo impulsionado por eventos recentes contra o STF e o temor real de um esvaziamento significativo.

O Estopim: Sanções a Moraes e a Tentativa de Mobilização

O principal combustível para inflamar a base bolsonarista é a recente notícia de sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para os apoiadores, essa medida é vista como uma vitória e uma validação de suas críticas ao judiciário, servindo como o gancho perfeito para impulsionar os atos programados.

A estratégia desta vez é diferente. Em vez de concentrar todos os esforços em um único local, a ideia é pulverizar os protestos, permitindo que parlamentares ganhem protagonismo em seus próprios redutos eleitorais e facilitando a participação popular em todo o território nacional.

Uma Manifestação de Ausências? Os Desafios no Horizonte

Apesar da convocação, os organizadores enfrentam um cenário desafiador. Nos bastidores, o medo de um fracasso de público é real e se baseia em dois fatores cruciais:

  • Cansaço da Base: Há um sentimento de desgaste entre os apoiadores, que têm comparecido em menor número às mobilizações de rua mais recentes.
  • Ausência do Protagonista: O principal chamariz, Jair Bolsonaro, não estará presente. Impedido por medidas cautelares de sair de Brasília nos fins de semana e usando tornozeleira eletrônica, o ex-presidente não poderá sequer gravar vídeos ou discursar para o público.

Além de Bolsonaro, outras figuras de peso não marcarão presença no ato principal, na Avenida Paulista. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem um procedimento médico agendado, e a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, cumprirá agenda no Pará, onde deve participar da manifestação local.

Novos Rostos e a Luta contra o Desânimo

Para compensar as ausências, nomes como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), foram escalados para o carro de som em São Paulo. Em um vídeo de convocação, Nikolas tentou injetar ânimo na base: “Não estamos numa corrida de 100 metros, estamos numa maratona”, afirmou, reforçando a importância da persistência.

Quais são as Pautas da Manifestação?

Os protestos visam manter a base mobilizada e pressionar o Congresso Nacional e o Judiciário. As principais reivindicações que devem ecoar nos carros de som são:

  • Anistia “ampla, geral e irrestrita”: Uma referência direta ao projeto de lei que tramita na Câmara para perdoar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
  • Impeachment de Alexandre de Moraes: Um pedido recorrente da base, direcionado ao Senado Federal.
  • Críticas ao Governo Federal: O tradicional grito de “Fora, Lula” também fará parte do repertório dos manifestantes.

Enquanto os organizadores lutam para garantir a relevância dos atos, o cenário político brasileiro observa atentamente. O sucesso ou fracasso desta manifestação poderá ditar os rumos da oposição e a temperatura da política nacional nos próximos meses.

Compartilhar: