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Manifestação Paulista: Por que os principais governadores da direita abandonaram o ato?

Manifestação Paulista: Por que os principais governadores da direita abandonaram o ato?

temp_image_1754236243.86633 Manifestação Paulista: Por que os principais governadores da direita abandonaram o ato?

A Avenida Paulista, tradicional palco de grandes mobilizações políticas, foi novamente o epicentro de um ato convocado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, a manifestação paulista deste domingo foi marcada por ausências notáveis, que acenderam um forte sinal de alerta no cenário político da direita brasileira. Quatro dos principais governadores do campo conservador e potenciais candidatos à presidência em 2026 optaram por não comparecer, levantando questões sobre o futuro do bolsonarismo e a reconfiguração de forças para as próximas eleições.

Um Racha na Direita? As Ausências que Falam Mais Alto

Enquanto parlamentares e militantes se reuniam em cidades como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, a ausência dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Júnior (PR) foi o principal tópico de análise. A decisão coordenada — ou coincidente — de se distanciarem do evento sugere um movimento calculado, em um momento de alta tensão política e de disputas pelo capital eleitoral conservador.

A mobilização tinha como pautas centrais o desagravo a Jair Bolsonaro, que enfrenta medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e a denúncia de uma suposta perseguição do Judiciário a seus aliados. Contudo, a falta de apoio dos principais líderes estaduais da direita pode ser interpretada como um sinal de esvaziamento e um passo em direção a um projeto político menos dependente da figura do ex-presidente.

Os Motivos Apresentados por Cada Governador

Cada governador apresentou uma justificativa diferente para sua ausência, mas, em conjunto, elas pintam um quadro de distanciamento estratégico:

  • Tarcísio de Freitas (SP): Considerado o mais próximo de Bolsonaro, o governador de São Paulo alegou a necessidade de repouso após um procedimento médico na tireoide, agendado para o mesmo dia do ato.
  • Ronaldo Caiado (GO): O governador goiano citou compromissos previamente agendados e afirmou que o momento atual exige diálogo e não manifestações que possam prejudicar a economia do país.
  • Ratinho Júnior (PR): De forma sucinta, informou que estaria cumprindo agenda em uma viagem pelo interior do Paraná.
  • Romeu Zema (MG): Sem declarações públicas, interlocutores do governador mineiro confirmaram que ele não tinha a intenção de comparecer a nenhum dos atos programados.

O Contexto: Bolsonaro Isolado e o Olhar em 2026

A situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro adiciona uma camada extra de complexidade. Impedido de sair de casa nos fins de semana e de ter contato com determinadas pessoas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, o próprio Bolsonaro não pôde participar da manifestação. Esse isolamento forçado pode estar acelerando um movimento de seus ex-aliados para construir uma identidade política própria.

A ausência na manifestação paulista contrasta com atos anteriores, como o de abril, quando os quatro governadores marcaram presença ao lado de Bolsonaro. Agora, a estratégia parece ser outra: preservar a imagem, evitar desgastes e pavimentar o caminho para uma possível candidatura presidencial em 2026, que pode ou não contar com o apoio explícito do bolsonarismo raiz. O cenário político da direita brasileira está em plena ebulição, e cada passo, ou a falta dele, é um forte indicativo do que está por vir.

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