
O Sonho de Márcio França: A Disputa Pelo Governo de São Paulo em 2026

A corrida pelo Palácio dos Bandeirantes em 2026 já começa a aquecer os bastidores da política paulista, e um nome surge com persistência nesse tabuleiro: Márcio França (PSB). Atual Ministro do Empreendedorismo, França não esconde seu desejo de comandar o estado mais rico do Brasil, um sonho adiado em pleitos anteriores.
A Ambição Renascida e a Estratégia de França
Após tentativas em 2018, onde foi derrotado por João Doria, e em 2022, quando a esquerda optou por Fernando Haddad, Márcio França demonstra que seu ímpeto por São Paulo segue forte. No recente congresso estadual do PSB na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o ministro adotou um tom de campanha, indicando que está pronto para o embate.
"Quem debater com a gente vai ter que se preparar", disparou França da tribuna. Ele direcionou críticas ao atual governador, Tarcísio de Freitas (Republicanos), especialmente em relação à segurança pública. Em uma fala contundente, França afirmou que a política de segurança atual é "matar os meninos", argumentando que é preciso oferecer "chance e oportunidade" para jovens em situação de vulnerabilidade, em vez de focar apenas no confronto.
Caminhos Passados e Desafios à Frente
A trajetória de Márcio França no governo paulista não é novidade. Ele assumiu o posto em 2018 após a renúncia de Geraldo Alckmin (então no PSDB, hoje no PSB), que deixou o cargo para concorrer à Presidência da República. Essa experiência, embora breve, cimentou sua aspiração ao cargo máximo do executivo estadual.
Contudo, a principal barreira para a concretização do seu sonho pode vir de um antigo aliado: o próprio Geraldo Alckmin. Hoje vice-presidente da República, Alckmin emerge como o nome da esquerda mais bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto entre os eleitores paulistas, de acordo com levantamento do Datafolha.
Pesquisas de Opinião: O Retrato Atual da Disputa
Os números do Datafolha revelam um cenário complexo para a esquerda e para Márcio França. Em uma simulação sem a presença de Tarcísio de Freitas, que atualmente lidera e é visto como potencial sucessor de Jair Bolsonaro em 2026, Alckmin aparece com 29% da preferência.
Com França no lugar de Alckmin neste cenário, o ministro ficaria em terceiro lugar, atrás de nomes como Pablo Marçal (atualmente inelegível) e o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB).
Quando Tarcísio de Freitas é incluído no cenário, a liderança do atual governador se consolida. Ele aparece com 47%, enquanto Alckmin alcança 25%, posicionando-se em segundo. Já com Márcio França como cabeça de chapa, sua intenção de voto cai para 11%, mantendo-o na terceira posição, atrás até mesmo de Pablo Marçal (16%).
O Futuro Incerto e as Articulações Para 2026
Com pouco mais de um ano e meio para as eleições de 2026, o tabuleiro político em São Paulo ainda está em plena movimentação. A definição de quem representará a aliança de esquerda na disputa pelo Governo de São Paulo – se Márcio França, Geraldo Alckmin ou outro nome – dependerá de muitas articulações, acordos e, claro, do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O sonho de Márcio França pelo Palácio dos Bandeirantes continua vivo, mas o caminho até lá é repleto de desafios, concorrências internas e a necessidade de consolidar apoio político e eleitoral em um estado complexo e polarizado.
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