
OTAN Exige Salto Gigante na Defesa Aérea e Gastos Contra Ameaça Russa

OTAN Exige Salto Gigante na Defesa Aérea e Gastos Contra Ameaça Russa
Em um movimento que sublinha a crescente tensão geopolítica na Europa, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, lançou um apelo contundente para um reforço massivo das capacidades de defesa dos países membros da aliança. Em discurso proferido em Londres, Rutte destacou a necessidade urgente de um “salto qualitativo” para enfrentar os riscos apresentados, em particular, pela Rússia.
Um Escudo Aéreo 400% Mais Forte
A principal exigência de Rutte concentra-se na defesa contra ameaças vindas do ar. Citando as lições aprendidas com o conflito na Ucrânia, onde a Rússia tem utilizado ataques aéreos e de mísseis como tática, o secretário-geral da OTAN foi enfático: a aliança precisa aumentar sua capacidade de defesa antiaérea e antimísseis em até 400%.
“Vemos na Ucrânia como a Rússia semeia o terror a partir do ar, por isso fortaleceremos o escudo que protege nossos céus”, declarou Rutte, ressaltando que, para manter a dissuasão e uma defesa crível, essa expansão é fundamental. É uma medida vista como crucial para garantir a segurança do espaço aéreo dos aliados contra potenciais agressões futuras.
A Meta Audaciosa para Gastos Militares: 5% do PIB
Além do reforço técnico na defesa aérea, Rutte também defendeu um compromisso financeiro significativamente maior por parte dos membros da OTAN. A proposta apresentada visa que os países dediquem 5% de seus Produtos Internos Brutos (PIB) à defesa. Dentro dessa meta ambiciosa, 3,5% seriam destinados diretamente ao orçamento militar e 1,5% para outras áreas cruciais relacionadas à segurança.
Essa nova meta eleva consideravelmente o patamar atual, que historicamente buscava 2% do PIB. Rutte argumentou que “o perigo não vai desaparecer” e que é imperativo ter mais forças e capacidades para implementar plenamente os planos de defesa da aliança.
A Urgência por Trás do Apelo: Ameaça Russa e Lições da Ucrânia
O posicionamento firme do líder da OTAN ocorre em um momento de crescente preocupação com a postura militar da Rússia. Rutte alertou que Moscou pode buscar manter um exército numeroso e experiente, capaz de representar uma ameaça significativa ao flanco leste da aliança em um futuro próximo, talvez em menos de cinco anos.
Segundo ele, há uma “necessidade de um rearmamento significativo para deter uma Rússia que está cada vez mais militarizada”. A reposição de estoques de milhares de tanques e milhões de munições é vista como parte essencial desse esforço de rearmamento por parte dos aliados.
Reações, Pressões e o Caminho até a Cúpula
As declarações de Rutte chegam em meio à pressão, notadamente dos Estados Unidos, para que os parceiros europeus assumam uma responsabilidade maior em sua própria defesa. Há a expectativa de que a meta de 5% do PIB para defesa seja aprovada na próxima cúpula da OTAN, marcada para o final do mês em Haia, na Holanda.
Do outro lado, o Kremlin reagiu criticamente. Dmitry Peskov, porta-voz russo, classificou a OTAN como um “instrumento de agressão e confronto”, acusando o Ocidente de exagerar a ameaça russa para justificar o aumento de gastos militares, o que, segundo ele, impõe custos adicionais aos contribuintes europeus.
Apesar das críticas, alguns membros da aliança já sinalizam movimentos nessa direção. O Reino Unido planeja aumentar seus gastos para 2,5% do PIB até 2027 e mira em 3% posteriormente. A Alemanha também reconheceu a necessidade de expandir suas forças armadas e atender às novas exigências da OTAN.
A próxima cúpula promete ser palco de debates intensos sobre o futuro da segurança na Europa e o nível de compromisso que os membros da OTAN estão dispostos a assumir para garantir sua defesa coletiva diante de um cenário global cada vez mais imprevisível.
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